domingo, 20 de dezembro de 2015

Vírgula



Vírgula
26/08/2013

Sou uma vírgula.

Pequenina coma,
Um rabisquinho no papel,
Uns bits na tela.

Poucos me notam,
Outros me desprezam,
Sempre tem quem me odeie.

Alguns sabem como funciono,
Mas Milhares não querem nem saber.
Me acham insignificante.

Se me dão o lugar certo faço proezas,
Resolvo até brigas
E ainda dou um tempinho para que respirem.

Bem, afasto aposto e vocativo as vezes.
Para mim, nessa frase, que é a vida,
Todos devem se entender.

Eu canso se demoro a aparecer,
Mas ajudo com as conexões,
Se é que podem entender.

Deixo bem claro as coisas
E separo bem os assuntos,
Mas sempre tem quem não entende.

Gosto de estar nos livros,
Tornar a poesia mais intrigante,
Abraçar aquela visão restritiva.

Em questões de dinheiro,
Não sou sovina,
Deixo sempre para lá os centavos.

Sou mestre dos zeros,
Pois me esforço muito,
Não vou deixá-los à esquerda.

Nas alternativas,
Sempre sou a favor da livre escolha,
"Ou isso, ou aquilo".

Se sou verso, ou música,
Sou sútil naquela hora,
Aquela vírgula interior.

Na dor, no "silêncio lento",
No suspiro,
Entrecorto o pulso forte.

No tempo,
Facínora devorador,
Aplaco as mazelas nos versos da flor.

E nas tantas orações,
Sejam adverbiais, sindéticas ou assindéticas,
Sou sempre crente!

Então é isso.
Quando precisar,
Apesar de pequenina,

Sou tua vírgula.

©Wagner Ortiz
REG. 178-2/299-3 BN


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Biblioteca Nacional - Lei 9610/88
©Wagner Ortiz - reg. 178-3/299-3

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Ortiz, WagnerOrtiz, Wagner
To laugh and Poetize - Rir e Fazer Versos (opus 099)
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Contemporary / 2010
Ortiz, Wagner © All rights reserved BN Reg. 178-2/299-3

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