sábado, 19 de maio de 2012

VOCÊ SABE O QUE É FORRÓ? por Zé da Flauta

Xilogravura de J. Borges


Por Zé da Flauta

Há quem queira acreditar que a palavra forró vem do inglês "for all" (para todos). Tudo bem, quem quiser acreditar que acredite, mas pra mim isso é conversa pra boi dormir. Só falta dizer que foram os ingleses que inventaram o forró.

Quando eles chegaram ao Brasil, com a Great Western, para construir estradas de ferro, no início do século XVIII, o forrobodó já existia, assim como o pagode, o samba e o arrasta-pé - que eram expressões para designar as festas populares movidas à música, dança e aguardente. O forrobodó, por ser uma palavra nascida no Nordeste, foi que deu origem à palavra forró. O primeiro registro data de 1733, num jornal chamado O Mefistófolis (o satanás), no número 15: "Parabéns ao Dr. Artur pelo grande forró realizado em sua casa..." .

A construção das estradas de ferro no Nordeste deu origem, também, a algumas palavras do nosso vocabulário como baitola, que vem de bitola; sulipa ("dei uma sulipa nele"), vem de sliper (dormente) e algumas outras que não me recordo agora.

O forró também não é um gênero de música, como muitos pensam. Se observarmos um disco de forró, por exemplo, vamos encontrar vários gêneros musicais como côco, xote, xaxado, marchinhas, baião etc. Forró é o coletivo da musicalidade popular do nordestino, a junção da música que vem da sanfona, da zabumba e do triângulo, originalmente, com a cachaça e a dança. Se você diz: "vai ter forró lá em casa", todo mundo vai ficar sabendo que a festa vai ter essas características e vai ser legal.

Vários artistas fizeram e fazem sucesso cantando e tocando essa música alegre e contagiante: Luís Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Almira Castilho, Marinês e sua Gente, Trio Nordestino, Jacinto Silva, Toinho de Alagoas, Biliu de Campina, Edmílson do Pífano, Dominguinhos, Alceu Valença, Fagner,Elba Ramalho etc. E vão surgir muitos outros, pois o forró é uma música verdadeira, que fica. Entra moda, sai moda e o forró tá lá (não confundir com o forró brega como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Calcinha Prêta (olha o nome da banda!) e outras do gênero - que só tem o mérito de empregar vários músicos, bailarinos e técnicos num show de puro apelo sexual.

Pra mim, o forró mais gostoso de se ouvir é o pé-de-serra instrumental; cada vez mais raro, pois nos lugares aonde chegava para fazer shows, Luiz Gonzaga era muito procurado por sanfoneiros os quais, pra mostrar serviço, tocavam Tico-Tico no Fubá, Brasileirinho e outras similares, cheias de notas e de difícil execução. Seu Luiz olhava pra eles e dizia: "Sanfoneiro que não canta, não ganha dinheiro nem mulher". Essa postura influenciou muitos músicos bons. Pra mim isso é errado, pois esses instrumentistas tocam bem, mas cantam mal. Por outro lado, há aqueles que ainda dão mais ênfase ao forró instrumental quando gravam um disco. É o caso do grande sanfoneiro Duda da Passira. É comum nos discos de Duda encontrar apenas uma música cantada (normalmente, a última); todas as outras são instrumentais. Quando produzi o disco de Edmílson do Pífano, tive o cuidado de não o deixar cantar. Minha intenção era mostrar ao público a sua verdadeira arte: o dom de tocar aquele canudinho de bambu. O mesmo prazer e sensassão de alegria que sinto ao ouvir o pífano de Edmilson,
eu tenho quando escuto a voz ritmada de Jacinto Silva.

Grande parte da sociedade ainda não assimilou o forró. Acham que é música de pobre, de gentinha, que sanfona é instrumento de cego e coisas assim. Porém, não sabem o que estão perdendo. O forró é a dança mais sensual que já vi em minha vida. Aquele bate-coxa enlouquece qualquer um; a música é alegre e contagiante.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Blog sem novas publicações

Queridos amigos...

é sempre um prazer publicar coisas importantes e interessantes nesse espaço, porém nos últimos tempos tenho levado uma vida muito complicada. Assumi turmas do ensino fundamental e estou me dedicando a isso no momento, porém estou tentando não esquecer a música, assim continuo aproveitando o tempo restante, curto, para compor e criar arranjos para quem os solicita. É cruel, mas tenho que sacrificar algumas coisas. Não tive mais tempo de escrever poesias, já que elas demandam muito tempo se queremos as versar como "ouvires". Para completar o quadro de vida corriqueira e cheia de imprevistos, estou super feliz com o nascimento de Wagner Filho, meu segundo filho que completa hoje 15 dias de nascimento. Não é fácil! Noites mal dormidas, problemas para lá e para cá, mas é imensurável a alegria que sinto! Como disse para alguns amigos, tenho vivido esses dias com todo o ímpeto de vida, cheio de emoções, tantas que a pressão anda até desregulada e o nível de adrenalina tem sido alto! É muita emoção ser pai de um jovenzinho tão inteligente e lindo. Além disso tem o primeiro filho, que busca conhecimento e precisa de minha ajuda constantemente. Uma das primeiras coisas que o ensinei foi ouvir música ainda dentro da barriga da mãe, e continuamos a colocar música serena e boa para ele. Agora como os ouvidos apurados ele sempre presta atenção quando ouve algum som. Graças a Deus! Obrigado por visitarem meu blog e lerem as poesias e artigos, sejam sempre bem vindos, é logo retomarei o projeto do dicionário e demais conteúdos do blog! Aos demais amigos, desculpem se não tive tempo de avisar dos acontecimentos, ou conversar, é tudo questão de tempo e não de vontade! Abraços!





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