quinta-feira, 17 de maio de 2018

"Ser ou não Ser?"


"Ser ou Não Ser?"


Organismo Sujeito:
Engole o choro.
Vida Autônoma:
Ri e chora o peito.

Gente Sintética:
Vitamina de proteína.
Pessoa Natural:
Sem crise de estética.

Homem Cibernético:
Ciente, nada sente.
Ser inteligente:
Ingênuo, tudo pressente.

Civil Apsicológico:
Furado na alma.
Cidadão Psicoequilibrado:
Se alegra no lógico.

Espécimes Assexualizados,
Pela sua vil estultícia.
Sexualizados Apaixonados:
Libertários dos amados.

Eleitor Apolitizado:
Horror do pobre.
Eletriz Politizada:
Grandeza do liberto.

Artista Padronizado:
Assassino dos deleites.
Criador das pluri-artes:
Patrono da diversidade.

Pessoa Anedônica:
Tampa da fonte da vida.
Parceiro curtidor da vida:
Marreta dos infortúnios.

Nessas escolhas
Eu fico sempre com a vida,
Do lado da fagulha
E na luz dos afagos
Que ilumina a tristeza.

Nessa escola
Eu fico sempre com os fracos,
Com o grito dos injustiçados,
Com as dores no peito
Que a aventura perpassa.

Fico comigo, contigo,
Contigo amor, com a dúvida,
Além dos amigos
Loucos que me seguem,
Sigo.

Nessas escolhas,
Escolho, sempre,
O prazenteiro da vida.
Escolho sempre,
O prazenteiro da vida.

©Wagner Ortiz
BN 17822993X5567#17052018

domingo, 13 de maio de 2018

Infartinho



Infartinho


Fico na tua beira
Sempre na tua eira,
No silêncio me móis
Apaga em mim meus sóis.


Na lida, minha ida
Todo dia essa ferida;
Da luta, labuta, me dói,
Meu coração me destrói.


Meu peito se abre,
Reabre ainda o sabre,
Crava as unhas, dourada
Lanceta-me todo, amada.


É uma luz que seduz
E no peito à nada me reduz,
É uma troça que me faz
E devagar morte me traz.


Eu grito e disputo,
Incapaz não mais luto,
Cegou-me no regaço,
Onde outrora deitaste, no meu aço.


Não há para mim sorte,
Entretanto, não temo a morte,
Se chegares, sem amor
Foste tu, viveste dor pior.


©Wagner Ortiz
BN 1782229GFT456220

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Violeta Morena


Violeta Morena


Flor que se abriu
Doce voz floriu,
Azeda que secou
E tudo deixou.

O beija-flor, que sou,
Na flor, que se abriu,
Esbaldou-se do mel,
Escaldou-se da seca.

O que eras mil
Devagar sumiu,
O que se abriu
Feneceu sem brio.

Violeta, basta ser flor
Para encantar o beijo;
Basta ser olor
Para laçar as asinhas.

As asinhas minhas
Se esfarelaram na luta
Meu beijo se foi e soluça
Na ida sem jeito da bruta.

E vou indo, seco do mel,
Que era só pra mim,
Que agora é só fim,
E foi-se de mim, assim...


© Wagner Ortiz
BN 1782PF2293100520182301