sexta-feira, 2 de setembro de 2016

PRA QUE TEMER?


PRA QUE TEMER?

Entrincheiremo-nos nas ruas,
Mesmo sobre sol negro e pó de assalto,
Batamos fortemente os pés,
Trincando esse chão manchado de democracia.

As botas calcem as pedras,
Os pés tremam e urrem,
As mãos limpas agitem
E os gogós sejam sólidos.

Que nos entrincheiremos na rua,
Sem temer, sem morrer,
Só dizer, dizer com monumental uníssono grito:

PRA QUE TEMER!? NÃO TEMAMOS!
FORA TEMER, NÃO AO GOLPE!

Que nesse bramido estrídulo
Se estaque no peito o Vampiro,
E se decepem os pescoços dos lacaios Igores,
Esses comedores de moscas e baratas
Nascidos do sangue putrificado, pisado,
Esse sangue que fora verde e amarelo.

Que aniquilemos ao opressor com a turba o peso:

PRA QUE TEMER!? NÃO TEMAMOS!
FORA TEMER, NÃO AO GOLPE!

Que fechemos o punho da Mão Latina de Niemeyer
Que em sua equitativa hemorragia se afoguem os mortos-vivos,
Que a pátria trucide esses espúrios, "filhos da perdição"!

Entrincheiremo-nos nas ruas,
Mesmo sobre sol negro e pó do assalto,
Batamos fortemente os pés,
Trincando esse chão manchado de democracia.

Entrincheiremo-nos nas ruas!

Sociedade Homolitteras
BN Reg.178-2/299-3

© by Wagner Ortiz, 2016