domingo, 21 de janeiro de 2018

Chama-me


Chama-me

O som branco,
Ele tine,
Retine
Onde teria cor,
Onde teria voz.

A voz não é rouca,
Ela se esvaiu toda,
Ela se finou na glote
Onde deveria falar,
Onde deveria...

O quadro de luz,
Ele te vive,
Te revive
Está na tua mão
Teu som, tua voz.

O som branco
E a voz louca
Querem ouvir,
Querem falar
Mas teu celular é espelho.


©Wagner Ortiz
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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Teu Brilho

Vejo teu brilho dourado vindo num dia cinza de fatos fartos.

Vagão



Vagão, sina do trilho.

Segue-te, máquina,

sem nada poder.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Apólogo sobre Diálogo do séc.XXI via celular



Apólogo sobre Diálogo do séc.XXI via celular

- Olá, amigo? Tudo bem contigo?
- 👍
- Que achou do vídeo que enviei a ti?
- 👍
- Esses apps para mensagens instantâneas possibilitam uma nova interação, não é mesmo?
- 👍

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Verso

Rabisco mais um verso branco e utópico 

pelo sangue da dourada, fatídica minha lida.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Em boca de Carcará




Em boca de Carcará

Inclinado na beira abismal
Jogado para o senhor Carcará
Sofrendo crise descomunal
Sôfrego na cadeia, já perdi o alvará.


Vagando na sina da vida
Sendo sombra de árvore morta
Indo empurrado pela ida
Triste comida da boca torta.

Homem sem viril ardil
Azedo da palavra dura dita
Dita dura palavra feminil
Sem medida e maldita.

O monstro do laço irracional
Sobrevoa-me, o dito cujo,
Afônico (eu), sem poder cordial
Espero a dor e murcho estrebucho.

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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Em fio de navalha




Em fio de navalha

Navalha em que piso,
A dor do teu tempo,
Corta teu fio liso
O meu passatempo.


A dor do teu tempo,
Injusto, implacável,
Em mim é tormento,
Pra ti inabdicável.

Dourada, rechaça
De mim o teu olor,
Reduz-me tua graça,
Poupas-me teu amor.

A dor, teu momento,
Dourada em que piso,
Fui teu passatempo
No teu gume liso.

Não sabes da dor
Que é teu corte fino,
Que dilacera o andor,
Teu amor ferino.

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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Sorrisos e Bicos (em homenagem aos bicudos das selfies)



Sorrisos e Bicos (em homenagem aos bicudos das selfies)

Sorriso: moldura,
Fita dourada, nua,
Beleza pura, tua.


Bico: pedra dura,
Moda mais bruta,
Mata alma que luta.

Sorriso: cura
Dos amigos os olhos.

Bico: servil,
De ti, biltre rei.

O verso te liberta

Sorrindo, da alma selfie.

Wagner Ortiz
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Wagner Ortiz ©

Fragmentos de Cânticos - Francisco Szermeta por Wagner Ortiz

Clique aqui para assistir:       Xiko por Ortiz

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sábado, 6 de janeiro de 2018

Armário vazio,



Armário vazio,
Desusado, largado,
O peito pleito
Urra [des]eleito,
Magoado, Desusado
Sem jeito, vazio!


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Wagner Ortiz ©

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Triste saída tua

Triste saída tua

Triste saída tua
Pela ideia imposta
Da servil torta
Obra desumana,
Desafeta, incompleta.


Os meus borrões
Como em tua mão
Escondidos desaborizados
Enquanto o sal do sabor
Penetra nossa pele em peleja.

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Wagner Ortiz ©

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Indiferença



Indiferença

Tecer a escuridão
Com mão forte
É amar a solidão
Desprezar a sorte.


Preferir o vazio
Ao calor sorrateiro
É tomar um copázio
Frio, de veneno inteiro.

Há pessoas no silêncio,
No intangível momento,
Agraciando-o, desatento
Ao mal da indiferença.

Em mim, a dor desalma-me,
Ele profana o que eu quis,
Ofusca-me, putrefata-me
Cadáver que em si mesmo diz.

BN 178-2/#299-315082017
Wagner Ortiz ©