quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Ouvido de Pedra


O som que soava
Sempre amou
O ouvido lhe tocava.

Mas o ouvido
Que já fora ferido, soluçava,
Duvidando-o, o rejeitou

O ouvido cego
Nos seus caprichos, medo
Ao som se endureceu.

Tamanha era pedra,
Que o som na tristeza
Se emudeceu.

Mas não era assim,
Não fora o determinado,
O Criador assim não os fizera.

O som que se continha,
Chorava doído e sentia,
Simplesmente soou.

Logo, o som era energia,
Atravessando a pedra dura,
Do ouvido que se fizera, a arrebentou.

A dureza era medo, que pó virou,
O ouvido novamente ouviu
O coração no meu peito, que é só teu.

Wagner Ortiz Copyright
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