Bebi um livro envenenado
Escrito brevemente por tua fria mão
E perdi o encanto pelo som.
Vi um perfume ensandecido,
Exalado da pele de tua alma, teu vão
E fugi do soluço desgostoso.
Ouvi a cor dos espinhos
Soado da estultícia do teu violão
E deixei de sentir o olor da rosa.
Cheirei o choro ensurdecido
Cantado pela tua sutil variação
E compreendi que mesmo me sentia.
Se bebi,
Se vi,
Se ouvi,
Se cheirei,
Foi porque eu mesmo o quis.
Eu mesmo com tato tudo senti
E se misturei, eu mesmo o quis
E por isso, assim que eu mesmo sofri.
Quem dera que de tudo tenha aprendido.
©Wagner Ortiz
BN 1784299XC
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