quinta-feira, 10 de maio de 2018

Violeta Morena


Violeta Morena


Flor que se abriu
Doce voz floriu,
Azeda que secou
E tudo deixou.

O beija-flor, que sou,
Na flor, que se abriu,
Esbaldou-se do mel,
Escaldou-se da seca.

O que eras mil
Devagar sumiu,
O que se abriu
Feneceu sem brio.

Violeta, basta ser flor
Para encantar o beijo;
Basta ser olor
Para laçar as asinhas.

As asinhas minhas
Se esfarelaram na luta
Meu beijo se foi e soluça
Na ida sem jeito da bruta.

E vou indo, seco do mel,
Que era só pra mim,
Que agora é só fim,
E foi-se de mim, assim...


© Wagner Ortiz
BN 1782PF2293100520182301

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