Infartinho
Fico na tua beira
Sempre na tua eira,
No silêncio me móis
Apaga em mim meus sóis.
Na lida, minha ida
Todo dia essa ferida;
Da luta, labuta, me dói,
Meu coração me destrói.
Meu peito se abre,
Reabre ainda o sabre,
Crava as unhas, dourada
Lanceta-me todo, amada.
É uma luz que seduz
E no peito à nada me reduz,
É uma troça que me faz
E devagar morte me traz.
Eu grito e disputo,
Incapaz não mais luto,
Cegou-me no regaço,
Onde outrora deitaste, no meu aço.
Não há para mim sorte,
Entretanto, não temo a morte,
Se chegares, sem amor
Foste tu, viveste dor pior.
©Wagner Ortiz
BN 1782229GFT456220
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