Flauteando sempre me encanto
Do bambu, do osso da perna
Da fada, da prata o acalento.
Do ouro me faz bebedouro
Da arte me faz sorvedouro.
Não há um tostão no chapéu,
A vida segue errante
E a mim chamam tabaréu,
Menino beligerante,
Mequetrefe, vagabundo
Que em trabalho é infecundo.
Toda prata torna em apito,
Todo ouro em pirulito,
Toda arte agora efêmera,
Toda fada em rara tâmara,
O bambu nó na garganta
E o encanto desencanta.
Insensíveis maritacas,
Mal levantam suas taças,
Só se movem com desvelo
Em prol de próprio anelo.
E em suas festas e festejos,
Quem alegra os seus cortejos?
E na arte Lumiére
Quem abala e emotiva?
E na dança desferre
Quem martela e cativa?
Um rubi ou diamante
Só com som de um belo instante.
Mas, e após esses encantos?
Toda prata torna em apito,
Todo ouro em pirulito,
Toda arte agora efêmera,
Toda fada em rara tâmara,
O bambu nó na garganta
E o encanto desencanta.
Não há um tostão no chapéu,
A vida segue errante
E a mim chamam tabaréu,
Menino beligerante,
Que em trabalho é infecundo,
Mequetrefe, vagabundo!
©Wagner Ortiz - reg. 178-2/299-3
Um comentário:
Muito Bom!
E eu já tive o prazer de ver você tocando ao vivo na faculdade...
Realmente, é um dom fantástico!
Escrever é outro dom... um dom que sai da alma como um sopro de vida!
Bjokas SU
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