terça-feira, 21 de setembro de 2010

O aprendiz





Martelava a tralha com as tachas o avô
E o menino, com a mãozinha, o imitava.
Enquanto batia, pregava o Pierrô,
Costurava as beiras dos cestos, a piaçava,
Ia dando alguidar forma ao seu balaio
E o menino repetia, imitava o seu aio.


Um dia, o avô, de tão contente que ficou,
Vendera, pois, muitos balaios de palhinha,
Um martelinho pro sabido menino comprou,
Sorridente e saltitante o rapazinho endemoninha,
Tudo que vê, sai pregando, pela frente,
Até que lhe acontece um pequeno acidente.


A dor oprime da martelada no dedão,
Um choro descontente, e a alegria? toda se esvaiu.
Aí se achega de repente o vovô ao chorão,
Dá um soprinho na pobre criança tão pueril
E de tal ternura que a ferida cura com graça,
Diz: - Não foi nada minha criança, a dor já passa!



©Wagner Ortiz - reg. 178-3/299-3
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Um comentário:

Anônimo disse...

Eu gostei muito, singelo, doce e muito bem feito...

Parabéns!

Vê- se logo que é um grande artista!

Bjokas SU