quinta-feira, 2 de julho de 2009

Saudade do Amor

Odalisca de Delacroix - Louvre

Bom virtualis! Desculpem o atraso desta postagem. Era pra ir ao ar ontem! Mas vamos lá...
Na postagem de hoje quem contribui é a professora e poetisa Larissa Maria Martin.
Nos convida a refletir sobre a saudade do amor. Aproveito o ensejo para apresentar-lhes o pintor romântico, mas nen tanto, Eugène Delacroix. Pintor francês (1798-1863), filho de um ministro-embaixador da França, teve vida abastada, além disso, diziam ser filho do príncipe Talleyrand, chanceler de Napoleão chamado "Diabo Coxo", era o mecenas do pintor. (isso diziam, pois era a cara do tal príncipe). Foi influenciado pelas obras de Rafael e Michelangelo e seu mestre Géricault, assim, por ter amado o classicismo e cultura grega herdada no renascentismo, não chegou ser um pleno romântico. Não deixava de visitar o Louvre para copiar os clássicos, assim o valor de sua arte está no resultado único que deixaram, pois quando a subjetividade, expressão, sensibilidade somadas a renovação se manifestavam nasciam obras primas indiscutíveis. Homem de vida extremamente tumultuada, já aos 13 anos escapara de morrer por estrangulamento, incêndio, afogamento, envenenamento e sufocamento. Conheceu Chopin, o pianista-compositor e pintou o célebre retrato do mestre sensibilíssimo.
Vamos a poesia de Larissa Marai Martin:

Sinto saudade do amor pelo qual sonhei,
Um sonho de vida plena, atemporal.
Sinto saudade do amor pelo qual chorei,
Um choro com sorriso na boca, contente.
Sinto saudade do amor pelo qual sofri de dor,
Uma dor doída no peito, da felicidade
Que de tão grande não se pôde acomodar
No espaço demasiado apertado de um coração.
Sinto saudade do amor sentido por cada parte
Do milagre frágil deste corpo transitório
Que se metamorfoseava em luz pela presença
Fugaz da mera respiração do ser amado.
Esse é o amor que me tem saudoso
E iluminado pela esperança que não chega de esperar
Por um suspiro teimoso que não encontra eco
ao soltar-se displicente, sem licença e sem censura.
É esse amor mesmo, pueril e incauto,
sem rédeas e sem rodeios, que tanto me faz falta.
E que falta! Falta daquilo que poderia vir a ser...
Pois o que o é, quisera eu assim não fosse
Raramente, quando se vai, deixa saudade.

(Larissa Maria Martin)

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