terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A dor que dói


A dor que dói
É só uma voz
Que de si se escuta
E se dá tanto valor.

A dor que dói
É o julgamento
Que se faz de si
Dentro de si.

A dor que dói
É dar razão
A essa voz
Que vem só de si.

A dor que dói
É a teimosia em si
Em querer o que já foi
Perdendo o que está aí.

A dor que dói
É cercar o vento
Para convencê-lo
De ir contigo.

A dor que doí
É não querer
Aceitar perder
E assim se perder.

A dor que dói
É ferir-se a si (sic)
Por querer ser mais,
Ser o que não pode.

A dor que dói
É saber não saber,
Não saber
Aceitar a si.

A dor que dói
É sentir-se impotente
Sendo potente
Para agir em si mesmo.

A dor não dói
Se dessa potência
Arrancar do peito a vida
E da tua boca um sorriso!

© Wagner Ortiz
BN 178-2cd/299-3btS111218

domingo, 25 de novembro de 2018

Reflexão


Sempre me seguindo,
Ainda que eu pense que estou sozinho;
Amada, como a brisa
Sopra suave no silêncio.

Eu, poeta, leio, mesmo silêncio,
Entendendo cada teu momento.
Compreendendo, atento
A tua sábia reflexão.

O teu sorriso é mar,
Tua alma espalmada
Que tem revolta, medo
Da minha alma grande.

Eu entendo, mete medo,
Pois homem nenhum viu
A tua alma nua, plena de grandeza
E tua sede por compreendê-la.

A mim, poeta, só resta linhas,
Lidas no profundo do teu olho,
Onde traduzo essas almas,
Seguro da minha, tua, razão de amar.

Copyright Wagner Ortiz
BN 178:45 Hg 25111837

Ternura


Coisa rara: ternura.
E eu cheio por ti.
Diferente de paixão,
Muito mais forte que tesão.

Ternura: coisa delicada.
E repleto no coração.
Diferente do interesse,
Mais forte do que o corpo.

Ternura: só da alma.
Tamanha grandeza, de apuro
Que chega dar medo
Em quem sente de repente.

Ternura: cortesia amável
Em que confiando, desabrochar-se-á,
Tornar-se-á doce puro amor
De gratidão imensa.

Ternura, infinda em mim,
Esperando a hora,
O teu convite a se dar,
O despertar do teu peito.

Ternura: honesta sinceridade,
Afável seus modos,
E eu, continuo, ouço-a, ouso
Não desisto de achar seu pouso.

©Wagner Ortiz
BN 178-4578BVH251118

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Alma Nua


Teu céu sereno,
Meu mel moreno,
Deu Deus dádiva
À nossa alma nua.

Meu sol solene,
Tua lua luminosa,
Energia pura purifica
A nossa alma nua.

Teu coração corado,
Meu peito pleito,
Enamorados, mal amados,
A nossa alma nua.

Que tal zelo, apelo,
Que o encanto tanto,
Seja ainda alegria
Em nossa alma nua.


Wagner Ortiz
BN 178-456221118erF

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Ouvido de Pedra


O som que soava
Sempre amou
O ouvido lhe tocava.

Mas o ouvido
Que já fora ferido, soluçava,
Duvidando-o, o rejeitou

O ouvido cego
Nos seus caprichos, medo
Ao som se endureceu.

Tamanha era pedra,
Que o som na tristeza
Se emudeceu.

Mas não era assim,
Não fora o determinado,
O Criador assim não os fizera.

O som que se continha,
Chorava doído e sentia,
Simplesmente soou.

Logo, o som era energia,
Atravessando a pedra dura,
Do ouvido que se fizera, a arrebentou.

A dureza era medo, que pó virou,
O ouvido novamente ouviu
O coração no meu peito, que é só teu.

Wagner Ortiz Copyright
BN 178.5673.678 211118




terça-feira, 20 de novembro de 2018

É possível


É possível

Se me é tão pura,
Se me é tão boa,
Se me é tão cara,
Se me é tão leve.
É possível!

Já que a vida é vontade,
Já que a história é contada,
Já que te segue o sorriso,
Já que te deu forças para seguir.
É possível!

A vontade é pura, vá!
A história é boa, vá!
O sorriso é caro, ria mais!
A força é leve, vai te levar!!

Quando vale a pena, acredite!
Vale a vontade,
Vale a história,
Vale o sorriso.

Pois se te transformou,
Pois se te alegrou,
Pois se te lembras:
É possível!!

Wagner Ortiz#
BN 178.6546.86

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Escolhas e Certezas


A certeza não é dádiva;
Escolha é dádiva, pois se faz no espírito.
Que vantagem há na certeza
Se só há certeza da morte?

A escolha é sorte,
Logo, toda vida.
Pois todas decisões humanas
Dependem de escolhas.

A certeza, das coisas da vida, nunca é.
Pois desde o passado
Nenhuma certeza sobreviveu,
Nenhum ser está certo do amanhã.

Mas, ainda assim, na arrogância,
Busca-se certezas, sozinhos,
Em busca de conforto,
Só por medo do que virá.

Ah, a certeza é o caminho mais fácil.
Mas “pequeno é o portão”,
Então se acredita
Para fazer a melhor escolha.

“Estreito é o caminho”. De fato,
Mas sempre acreditar
Que o Criador dá vida,
Não o poder da certeza.

Crendo, melhorando,
A cada dia crescendo.
E, se desejo ser feliz,
A escolha será minha.

Pois na felicidade
Não há certeza alguma,
Simplesmente porque a felicidade é um caminho,
Esse caminho onde construo com minhas escolhas.

À felicidade só há um caminho:
Na boa escolha, onde elimino o medo,
No Equilíbrio, onde gero segurança
E no amor e no perdão, onde gero confiança e possibilidade.

Acredito na fé, nas minhas escolhas,
Não desistirei do que acredito,
Não desistirei da flor e do amor,
“Pois o amor é mais forte que a morte.”

Wagner Ortiz
Sociedade Homolitteras 2018
BN Reg.178/254-299/356260718.19111757 - © by Wagner Ortiz

Morada da Flor


Onde eu quero morar
Há um sabor macio,
Contentamento infindo.

Depressa demais, chorar,
Mas o meu desafio:
O olor da flor seguindo.

Onde eu quero morar
A amorosa namora,
Comigo sempre rindo.

Eu digo em um respirar
Que não me calo agora,
Com Deus sempre indo.

Onde eu quero morar
Ela sabe, só amor há,
Que dito foi, destino.

Onde eu quero morar:
No teu peito amora,
Que me cora felino.

Eu não deixo seu olhar
Sequer solto segundo,
Pois nele me obstino.

Onde eu quero morar
É onde eu quero um mundo,
Onde Deus é divino.

Onde eu quero morrer
É onde, eu, por um segundo,
Vi onde quero chegar.

Ah, se pudesse mudar,
Ah, se pudesse entender,
Ah, se pudesse...
Eu diria:

Onde eu quero morar
É onde eu quero um mundo,
Onde Deus é divino.

Sociedade Homolitteras 2018
BN Reg.178/254-299/356260718.1911 - © by Wagner Ortiz

domingo, 4 de novembro de 2018

Meu Jardim da Flor


Meu Jardim da Flor

No Monte Kemel
Mora a flor da minha vida.

Minha Rapunzel,
Eu a fiz uma rainha.

Plantei uma vinha 
No reino de paz e de amor.
Só em meu sabor,
De bem e benfazejo.

De meu bom desejo,
Por querer-te assim, primaz;
Eu fiz um jardim secreto
Onde teu olor se perfaz.

Meus olhos são as portas,
Sedentos; minha alma aflita
Que sempre esperou visita,
Mas será que a bela vai entrar?

Branca e vermelha diz sim,
E o sonho junto, delicado,
Fecunda o sentimento puro
No meu jardim da flor.

No Monte Kemel
Com teu sândalo e almíscar,
Viva flor da minha vida,
Brote, atre[vida] no meu peito.

Sociedade Homolitteras 2018
BN Reg.178/254-299/356260718.0411 - © by Wagner Ortiz

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Só, fui pedra

Das escolhas que as fiz,
De tantas que a mim fizera
De muitas coisas só sofri,
Umas, de jeito algum as quis.

Cada má que eu elegia,
Pois que santo nunca fora,
Pedra era que me doera,
Que não só em mim doía.

Flor, mais linda formosura,
Ela, que a mim doce nascera,
Ainda que eu fosse dela,
Nunca me esqueço, frescura.

Ela, que a mim cingia serena,
Que me olhava, ainda me guia,
Transformava-me tua alegria,
Mas fui dardo na pequena.

Eu mesmo em mim debulhara,
A pedra que em mim doera,
Também que a doce se foi
Que não só em mim pesara.

Sociedade Homolitteras 2018
BN Reg.178/254-299/356260718 - © by Wagner Ortiz

terça-feira, 17 de julho de 2018

Flores da Vida, by Wagner Ortiz


Flores da Vida



Primeiro me plantou a flor
Sua alma que a mim amou.
Eu, depois, plantei a flor,
Colhi do cheiro que me doou.

Nas idas tantas tropecei na dor,
Mas a flor sempre me coloriu,
Açucarou-me o seu dulçor
E nas horas tristes me sorriu.

Da vida, onde sempre fui ator,
Dela, o encanto me deixou,
Pois no dia em que o amor brotou
A flor adormeceu e suspirou.

Eu tinha outra dourada,
Flor que sempre me gostou,
Ainda que não menos amada,
Floresceu-me, dois botões me doou.

Mas nas idas tantas dessa vida,
Ainda que jardineiro não fosse,
De mim toda beleza foi perdida,
A dourada, indecisa de mim, foi-se.

Eu gritei que não fosse, solucei,
Escrevi no fio da navalha,
Com poema adubei a terra,
Corri para seu lado, sangrei.

Eu que acreditei que sorria,
Que o encanto encontrara,
Mas a dor de um espinho que ia,
Vinha outro me ardia, calou o jardim, doera.


Da mais cruel que me fizera
Flor, foram os botões da bela rosa,
Que levou, ainda que meu verso os soerguera,
Dourada nunca mais ela me fora.


Sociedade Homolitteras 2018
BN Reg.178/2-299/3 - © by Wagner Ortiz

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Só o Mar


Mar na parede,
Ondas no cabelo,
Espuma na alma.

domingo, 15 de julho de 2018

Sentidos




Bebi um livro envenenado
Escrito brevemente por tua fria mão
E perdi o encanto pelo som.

Vi um perfume ensandecido,
Exalado da pele de tua alma, teu vão
E fugi do soluço desgostoso.

Ouvi a cor dos espinhos
Soado da estultícia do teu violão
E deixei de sentir o olor da rosa.

Cheirei o choro ensurdecido
Cantado pela tua sutil variação
E compreendi que mesmo me sentia.


Se bebi,
Se vi,
Se ouvi,
Se cheirei,
Foi porque eu mesmo o quis.


Eu mesmo com tato tudo senti
E se misturei, eu mesmo o quis
E por isso, assim que eu mesmo sofri.

Quem dera que de tudo tenha aprendido.


©Wagner Ortiz

BN 1784299XC

Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Vale a Pena de|por Wagner Ortiz


quinta-feira, 17 de maio de 2018

"Ser ou não Ser?"


"Ser ou Não Ser?"


Organismo Sujeito:
Engole o choro.
Vida Autônoma:
Ri e chora o peito.

Gente Sintética:
Vitamina de proteína.
Pessoa Natural:
Sem crise de estética.

Homem Cibernético:
Ciente, nada sente.
Ser inteligente:
Ingênuo, tudo pressente.

Civil Apsicológico:
Furado na alma.
Cidadão Psicoequilibrado:
Se alegra no lógico.

Espécimes Assexualizados,
Pela sua vil estultícia.
Sexualizados Apaixonados:
Libertários dos amados.

Eleitor Apolitizado:
Horror do pobre.
Eletriz Politizada:
Grandeza do liberto.

Artista Padronizado:
Assassino dos deleites.
Criador das pluri-artes:
Patrono da diversidade.

Pessoa Anedônica:
Tampa da fonte da vida.
Parceiro curtidor da vida:
Marreta dos infortúnios.

Nessas escolhas
Eu fico sempre com a vida,
Do lado da fagulha
E na luz dos afagos
Que ilumina a tristeza.

Nessa escola
Eu fico sempre com os fracos,
Com o grito dos injustiçados,
Com as dores no peito
Que a aventura perpassa.

Fico comigo, contigo,
Contigo amor, com a dúvida,
Além dos amigos
Loucos que me seguem,
Sigo.

Nessas escolhas,
Escolho, sempre,
O prazenteiro da vida.
Escolho sempre,
O prazenteiro da vida.

©Wagner Ortiz
BN 17822993X5567#17052018

domingo, 13 de maio de 2018

Infartinho



Infartinho


Fico na tua beira
Sempre na tua eira,
No silêncio me móis
Apaga em mim meus sóis.


Na lida, minha ida
Todo dia essa ferida;
Da luta, labuta, me dói,
Meu coração me destrói.


Meu peito se abre,
Reabre ainda o sabre,
Crava as unhas, dourada
Lanceta-me todo, amada.


É uma luz que seduz
E no peito à nada me reduz,
É uma troça que me faz
E devagar morte me traz.


Eu grito e disputo,
Incapaz não mais luto,
Cegou-me no regaço,
Onde outrora deitaste, no meu aço.


Não há para mim sorte,
Entretanto, não temo a morte,
Se chegares, sem amor
Foste tu, viveste dor pior.


©Wagner Ortiz
BN 1782229GFT456220

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Violeta Morena


Violeta Morena


Flor que se abriu
Doce voz floriu,
Azeda que secou
E tudo deixou.

O beija-flor, que sou,
Na flor, que se abriu,
Esbaldou-se do mel,
Escaldou-se da seca.

O que eras mil
Devagar sumiu,
O que se abriu
Feneceu sem brio.

Violeta, basta ser flor
Para encantar o beijo;
Basta ser olor
Para laçar as asinhas.

As asinhas minhas
Se esfarelaram na luta
Meu beijo se foi e soluça
Na ida sem jeito da bruta.

E vou indo, seco do mel,
Que era só pra mim,
Que agora é só fim,
E foi-se de mim, assim...


© Wagner Ortiz
BN 1782PF2293100520182301

sexta-feira, 13 de abril de 2018

A mais dourada



Dourados teus olhos,
Douradas tuas mãos,
Dourados os teus sonhos
Que mudos dormitam.

Se te apeteces de mim,

Meu sabor por ti cresce;
Se te rires comigo,
Teu sol te aquiesce.

Dourada, que te desperte

Teus sonhos, que te toque.
Ainda nessa vida sintas
A beleza das cores vivas.

O desejo seja leveza,

O coração seja puro,
A música constelações
E o realismo socialista.

A dureza seja ternura,

Tuas lutas mais força,
Que teu amores, perfume,
Cheiro doce de tua florata.

Dourada amada do seu,

Amada dos raios seus,
Amada de toda vida,
Querida, sempre, no meu seio.

Querida, sempre, no meio seio.


BN 1782-2293
© Wagner Ortiz

domingo, 1 de abril de 2018

Poeminho de Moro


Poeminho de Moro 1 de Abril


Se foi-ce
A, diguinidade
A justissa
E a, liberdade.

Foi-ce, o decoro
A onestidade
A dessênsia
E a orden.

Á corrupisão moral
Á currupisão mental
Á corrupisão textual-gramatical,
E há o STF.

Mas também há Lei 
Mas também há leis
E há Lei do Retorno!


BN 1782-2293Xcert.010418
© Wagner Ortiz

sábado, 31 de março de 2018

Toco


Toco

Ontem eu era broto,
Madeira em flor,
Sonhos no frescor,
Não tinha desgostos,
Só aromas da vida.

Primeira dama,
Ela, santa, que me amava,
Amor me derramava;
Fora eu teu sabor-dissabor;
Ela, único perfume na vida.

Um homem, meu rei,
Admirei, mas eu fui faltoso.
Meu tutor, que amei,
De sua calma alma
Levo o cheiro da vida.

Depois no destemor,
Encontrei favor,
Deparei-me com espelho,
Com amor de mestre,
Que me ensinou a plantar jardim.

Agora a menina,
Essa doce assassina,
Que é minha cor,
Minha dor,
Deu a mim o mais casto da vida.

Das paixões - mãe,
Pai, Mestre e divina filha:
Uma felicidade só,
Açucenas madeixas
Que agitei sem dó.

Depois se quebrou meu toco,
A filha do meu reboco,
A donzela da minha sede
Que raspelou-me um pouco
Pouco perfume da vida.

Mas, ainda que eu desabasse,
Haveria sempre o que me retocasse,
Pois o que de mim floresceu
Sempre me favorece(u):
Minha vida da vida.

Arre, que houve beleza,
Que sempre me seguiu,
Ela, que depois partiu
No que mesmo de mim pariu,
Longe quis ficar do perfume.

Ela, que tanto me quis,
Largou-me oco,
Deixou-me solto
Distraída na vida,
Foi, no que mesmo de mim pariu.

Ah, dessas dores - amor,
Rebroto forro  e divino filho:
Uma terra só.
De onde me nasceram, enfim,
Outros olores da vida.

Agora, eu, o toco,
Nascido da ternura,
Furado e podre,
Ainda descaído, exalo cheiro
Cheio dos perfumes da dor.

Eu, agora toco morto,
Carrego no vazio, oco,
As fragrâncias; no seio
Os desgostos, o desejo rouco
E de todos tido um louco.


BN 1782-2293
© Wagner Ortiz

sexta-feira, 30 de março de 2018

Não sou nada




Não sou nada.

Sou pau podre
Sou voz rouca
Sou relógio louco
Sou cutelo cego
Sou apito surdo
Sou uva-passa do Natal passado caída atrás da mesa
Sou luva no verão
Sou pau de macarrão sem uso
Sou breu no escuro
Sou viúvo de mulher viva
Sou fantasma de gente viva
Sou ferro mole
Sou berro no fundo da goela
Sou moedinha de um centavo no fundo do poço dos desejos
Sou falha da faísca
Sou lata que não abre
Sou coca sem gás
Sou Android sem wi-fi
Sou notebook sem memória
Sou violão sem cordas
...
Não escreverei:
Sou nada.





BN 1782-2293

© Wagner Ortiz

sábado, 24 de março de 2018

Beija-flor e a Enervada Flor


Encantado desde o início,
Enamorado de fato,
Por flor paulista, tua cor,
Que mais do Lácio eras.
Medida branca, tua boca,
Pueril, que a vida sempre douras,
Ainda que sertaneja sempre foras.


Linda, dente-de-leão,
Do leão, que sempre foras,
Que robusta me abraçaste,
Verso teu, que me deu biquinho,
Que o cantei no meu cinzel,
Pois ainda que roubasse teu mel,
Irmã minha te fiz em minha sina.


Tantas horas de sabores voejantes
Nas asas de nossas palavras-ideias,
Nos aromas de três cafés fortes,
Afastando-nos da imatura morte,
Crescendo em nós a boa sorte
Com as prosas nas horas mais meninas,
No colo dos nossos sagazes risos.


Tempos oportunos, só de ideias,
Quando solícita criaste zumbido,
Teus dentes de leão urraram
E flagelaste só aquilo que mesmo deste,
Nem mito da caverna quiseste
E nem mesmo Freud poupaste,
Só a ti, irmã, escutaste, enervada flor.


Uma derrota para meu biquinho
Que monstro de vez agora se fez,
Sujo, de modos vis, infantis,
Que já vira tua douradura,
Mas que te avisara de tua ganância,
Dos teus “nervos de aço”, jactância.
Ainda irmã, prefiramos a leveza da flor.


©Wagner Ortiz
Todos os direitos reservados.
BN Reg. 178-2/299-06022018XPoW

“ Vinde a mim vós todos
que estais cansados e oprimidos
que vós aliviarei,
pois meu fardo é leve,
meu jugo, suave.”


terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Voo da solidão


Voo da solidão
"Lindo é quando alguém escolhe pousar do teu lado podendo voar..."

Mas se as almas
Que voam livres,
Soltas no livre arbítrio de suas escolhas,
Desejam ficar em ressonância,
Importará voar?

Pois se não lhe partilha as asas,
Que lhe dê:
O horizonte,
Um ninho
E mergulho no brilho profundo do teu olhar.

Dado o riso,
Feito nódoa amora
Que toda te cora,
Transborda tua música sorridente,
Tua tarde prazenteira.

E voa,
Voa longe,
Não a alma, 
Mas a frígida, aborrecida,
Voa depressa: decrépita solidão.


©Wagner Ortiz
Todos os direitos reservados.
BN Reg. 178-2/299-06022018XPoW

domingo, 21 de janeiro de 2018

Chama-me


Chama-me

O som branco,
Ele tine,
Retine
Onde teria cor,
Onde teria voz.

A voz não é rouca,
Ela se esvaiu toda,
Ela se finou na glote
Onde deveria falar,
Onde deveria...

O quadro de luz,
Ele te vive,
Te revive
Está na tua mão
Teu som, tua voz.

O som branco
E a voz louca
Querem ouvir,
Querem falar
Mas teu celular é espelho.


©Wagner Ortiz
Todos os direitos reservados.
BN Reg. 178-2/299-301092017XPoW

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Teu Brilho

Vejo teu brilho dourado vindo num dia cinza de fatos fartos.

Vagão



Vagão, sina do trilho.

Segue-te, máquina,

sem nada poder.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Apólogo sobre Diálogo do séc.XXI via celular



Apólogo sobre Diálogo do séc.XXI via celular

- Olá, amigo? Tudo bem contigo?
- 👍
- Que achou do vídeo que enviei a ti?
- 👍
- Esses apps para mensagens instantâneas possibilitam uma nova interação, não é mesmo?
- 👍

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Verso

Rabisco mais um verso branco e utópico 

pelo sangue da dourada, fatídica minha lida.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Em boca de Carcará




Em boca de Carcará

Inclinado na beira abismal
Jogado para o senhor Carcará
Sofrendo crise descomunal
Sôfrego na cadeia, já perdi o alvará.


Vagando na sina da vida
Sendo sombra de árvore morta
Indo empurrado pela ida
Triste comida da boca torta.

Homem sem viril ardil
Azedo da palavra dura dita
Dita dura palavra feminil
Sem medida e maldita.

O monstro do laço irracional
Sobrevoa-me, o dito cujo,
Afônico (eu), sem poder cordial
Espero a dor e murcho estrebucho.

©Wagner Ortiz
Todos os direitos reservados.
BN Reg. 178-2/299-301092017XPoW

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Em fio de navalha




Em fio de navalha

Navalha em que piso,
A dor do teu tempo,
Corta teu fio liso
O meu passatempo.


A dor do teu tempo,
Injusto, implacável,
Em mim é tormento,
Pra ti inabdicável.

Dourada, rechaça
De mim o teu olor,
Reduz-me tua graça,
Poupas-me teu amor.

A dor, teu momento,
Dourada em que piso,
Fui teu passatempo
No teu gume liso.

Não sabes da dor
Que é teu corte fino,
Que dilacera o andor,
Teu amor ferino.

©Wagner Ortiz
Todos os direitos reservados.
BN Reg. 178-2/299-0609201715bXPoW

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Sorrisos e Bicos (em homenagem aos bicudos das selfies)



Sorrisos e Bicos (em homenagem aos bicudos das selfies)

Sorriso: moldura,
Fita dourada, nua,
Beleza pura, tua.


Bico: pedra dura,
Moda mais bruta,
Mata alma que luta.

Sorriso: cura
Dos amigos os olhos.

Bico: servil,
De ti, biltre rei.

O verso te liberta

Sorrindo, da alma selfie.

Wagner Ortiz
BN 178-2/299-3




BN 178-2X299-315082017 2

Wagner Ortiz ©

Fragmentos de Cânticos - Francisco Szermeta por Wagner Ortiz

Clique aqui para assistir:       Xiko por Ortiz

Ou copie o link e cole: https://www.facebook.com/prof.wagner.ortiz/posts/10212914831939557

sábado, 6 de janeiro de 2018

Armário vazio,



Armário vazio,
Desusado, largado,
O peito pleito
Urra [des]eleito,
Magoado, Desusado
Sem jeito, vazio!


BN 178-2/299-315082017
Wagner Ortiz ©

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Triste saída tua

Triste saída tua

Triste saída tua
Pela ideia imposta
Da servil torta
Obra desumana,
Desafeta, incompleta.


Os meus borrões
Como em tua mão
Escondidos desaborizados
Enquanto o sal do sabor
Penetra nossa pele em peleja.

BN 178-2X299-315082017 2
Wagner Ortiz ©

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Indiferença



Indiferença

Tecer a escuridão
Com mão forte
É amar a solidão
Desprezar a sorte.


Preferir o vazio
Ao calor sorrateiro
É tomar um copázio
Frio, de veneno inteiro.

Há pessoas no silêncio,
No intangível momento,
Agraciando-o, desatento
Ao mal da indiferença.

Em mim, a dor desalma-me,
Ele profana o que eu quis,
Ofusca-me, putrefata-me
Cadáver que em si mesmo diz.

BN 178-2/#299-315082017
Wagner Ortiz ©