segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Minha presença




Minha presença

Sou peça solta,
Sem mesmo jeito,
Escapando revolta,
Rota, frouxa em teu peito.


Sou taça vazia
Da bebida sorvida
Da boca assassina
Da menina atrevida.

Sou reboco caído
De tua casa ferina
Onde eu fora cabido,
Agora aberta ferida.

Sou toco podre
Do teu teto moreno
Que abrigara o odre
Antes de puro veneno.

Sou o soluço sofrido
Do teu âmago faminto
Que fora em mim nutrido
Invés de teu regime destinto.

Sou dinheiro esquecido
Que já fora feliz guardado
Do teu esforço merecido
Hoje, centavo descabido.

Sou, de ti, todo falido,
Indo-me sabido de tua mentira
Onde caminho irresolvido,
Irretratável na tua ferida.

Minha estrela dourada brilha
O cometa teu céu risca
Sempre seguindo tua trilha
Ainda que recuses doce faísca.

©Wagner Ortiz
BN 17832993.D22102017114

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