segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Orquídea







Que dizer dessa cena?

Alguém que adentra,

Sorrateiro e sombrio

Com passos leves serenos,

Penetrando no teu quintal.


Para quê?


Para roubar flores!


Meu estimado vasinho

Com esmeradas orquídeas

Coloridinhas e juvenis.


Se não me fosse triste,

Se não me fosse confuso,

Se não me fosse poesia!


©️Wagner Ortiz

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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Aversões




Aversões


Averso é tua vereda patética,

Que resolveste seguir sovina

No uso da tua vara rançosa.


Beijas tua própria boca cética

Comes tua exclusiva mofina

Gozas tua mão buliçosa.


Até onde, meu Deus, teu torpor?

Vais nessa rompante decisão

Matando com dolo e com dor.


Até onde suportas aversões?

Até onde tua face sobressai?

Andas sabida tuas transgressões

Mas deleita-te insensível, confessai.


Ainda que a faca ceife o quinhão

Ainda que a virtude deixe o andor

Ainda que a comida seja ração!


Confessai!


©️Wagner Ortiz

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Todos os direitos reservados ao autor

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Minha presença




Minha presença

Sou peça solta,
Sem mesmo jeito,
Escapando revolta,
Rota, frouxa em teu peito.


Sou taça vazia
Da bebida sorvida
Da boca assassina
Da menina atrevida.

Sou reboco caído
De tua casa ferina
Onde eu fora cabido,
Agora aberta ferida.

Sou toco podre
Do teu teto moreno
Que abrigara o odre
Antes de puro veneno.

Sou o soluço sofrido
Do teu âmago faminto
Que fora em mim nutrido
Invés de teu regime destinto.

Sou dinheiro esquecido
Que já fora feliz guardado
Do teu esforço merecido
Hoje, centavo descabido.

Sou, de ti, todo falido,
Indo-me sabido de tua mentira
Onde caminho irresolvido,
Irretratável na tua ferida.

Minha estrela dourada brilha
O cometa teu céu risca
Sempre seguindo tua trilha
Ainda que recuses doce faísca.

©Wagner Ortiz
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Príncipe Sapo



Príncipe Sapo


No charco do teu olhar
Repousa sapo obeso,
Dentro do teu gostar
Nada há, jamais coeso.


No desprezo de teu hino
Não ilumina a luz do luar
Nem há apreço do supino,
Quedo, mudo teu falar.


Insosso teu diáfano falar
Disfarçada tua repulsa
Confundindo-a em resiliência
Na tua infulgência de amar.


©️Wagner Ortiz

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