quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Noite de Amor by Wagner Ortiz

Noite de Amor

20/11/2000
Poema ideiaSanto André
Minha energia vital, que prevalece sobre qualquer egoísmo machista,
Fica enorme, colossal; é uma força brutal, hercúlia que me transforma
Mesmo, em pedaços e me leva aos teus lugares secretos e desmancha
O meu ego, dilacera todo meu coração ígneo, que ferve, borbulha,
Acende, para trazer-me de volta numa feroz e violenta explosão
Qual o corpo mortal demonstra em torpores, dores, tensões, sonhos,
Sangue enlouquecido, artérias bombardeadas no pobre coração rico,
Olhos e pálpebras chamuscados molham-se e banham as pupilas dilatadas volantes
Que deliram em devaneios sem fim dos teus beijos ferventes e de tua energia
Em cadeia com a minha até o último átomo, além da vida, além da morte,
Além léu, sem mistério, só desejo, desvario de um elã interminável
Qual madrugada mais comprida e mágica.

©Wagner Ortiz -2000
Reg. BN 178-2/299-3 PPF8

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Matéria Prima

Matéria Prima

19/11/2006
Poema ideiaSanto André
Tu ficas  triste, na dúvida cruenta
Que o véu da angústia  um dia te cobriste e te perdestes frienta,
Mas cá rasgo o velame funesto que tanto te oprime,
Cá estou rezando, orando, torcendo para que tudo se legitime.

O tempo corre, vai, voa e nós estamos assim, tão indefesos
E esta pureza da vida que nos envolve nos deixa presos
E a cada segundo que Cronos nos consome, eu a desejo!
E a cada grão da ampulheta que cai, eu o tempo invejo!

Queria ser eterno como as rochas, o céu, a brisa, a matéria.
O que sou? Pó? Conglomerado de ácidos? Chispa da divina centelha aérea?

Sei que algo sou e serei sempre, enquanto for aqui
Seria bom viver de um forte e etéreo amor.

©Wagner Ortiz - 2006
© by Wagner Ortiz Reg. BN 178-2/299-3 MP

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Do que eu gosto? by Wagner Ortiz

Do que eu gosto?

19/11/2007
Santo André

Gosto de andar e contemplar o céu, as cores, ver os detalhes duma flor.
Gosto de ser alegre, humorado, engraçado, mas tenho minhas dores.
Gosto de dengo, muito dengo, muito carinho e bajulação.
Gosto de música e fazer muita, respirar música, dormir música...
Gosto de ler e estudar o que é realmente interessante para mim.
Gosto de assistir coisas que são realmente interessantes, que me tragam lições de vida.
Obs: Despenco-me a chorar quando assisto ou ouço algo sensível, grandioso, extremo. 
Ex: última cena de Charlie Chaplin no filme Luzes da Cidade.
Gosto de olhar nos olhos das pessoas que me admiram, especialmente os seus e sentir o fluído da vida e sua devoção. Nunca me esqueço do olhar enternecedor do meu filho William quando tinha uns 9 meses, era tão profundo que até hoje o vejo. Diziam-me, sem palavras, belíssimos versos que jamais poderão ser escritos.
Gosto de ler os sentimentos das pessoas e admirá-los. Ex: a paixão que o prof. Raul expressa pela literatura quando expõe as suas idéias e as suas aulas.
Gosto de olhar uma foto delicada e apreciar aquele momento no tempo. É único.
Gosto de cantar canções para alegrar minha vida e a vida das pessoas.
Gosto de sentir o vento no meu rosto e dizer que sou livre.
Gosto de ajudar as pessoas a libertarem-se dos jugos e dizer a elas que também são livres.
Gosto de convidar amigos para vir à minha casa.
Gosto de dormir em paz, sem preocupação do que será amanhã.
Gosto de sentir o sabor dos alimentos que aprecio, devagar e calmamente.
Gosto de ser eu.
Gosto da vida, apesar de meus erros.
Gosto de aprender com eles e é isto que tem sido minha escola.
Gosto de você, seja você quem for, pois minha meta é ser compassivo.
Goste de Jesus, meu mestre, meu espelho, mesmo que não chegue aos seus pés.
Gosto de paz, mesmo que entre em tempos de guerra. Eles vão passar.
Gosto de ficar imaginando, criando, vendo coisas.
Gosto de frutas.
Gosto de legumes.
Gosto de vinho tinto e doce.
Gosto de queijos.
Gosto de roupas diferentes, mesmo que não as tenha.
Gosto do sol.
Gosto-me.
Gosto de minha mãe e de meu pai.
Gosto do meu tesouro, meu pedaço de mim: meu filho.
Gosto do agora, apesar de gostar das coisas boas do ontem e das que virão amanhã.
E você gosta de mim?
Se alguém não gosta... Puxa! Desculpe-me!!
O que posso fazer por você?

₢Wagner Ortiz 2007

© by Wagner Ortiz
Reg. BN 178-2/299-3 PPF8

domingo, 27 de setembro de 2015

Alimento by Wagner Ortiz

Alimento

19/11/2006

A verdade é que me laça numa teia de fina beleza
E cada vez vou me envolvendo nos seus tênues fios
A ponto de pensar que eu nem vivo sem estes laços,
Uma força delicada, carinhosa e mágica de devaneios,
Sonhos e pensamentos mergulhados, eu atrelado a malha,
Fico perplexo, paralisado, sem ao menos dar um suspiro.
A Aranha se aproxima e sua boca tão sublime que não falha,
Me enlaça nos seus braços e é isso que espero, que me fira.
Que me despedace nos seus lábios, carnivoramente coma-me,
Arrebata-me para seu seio, seu ventre, sua sala de banquete,
Que eu sirva de alimento para seu deleite e seja tua comida favorita.
Espero sempre cair nestes laços, que me apertam, me afagam,
Me enebriam, me entontecem a ponto de aspirar tudo de novo,
De novo, De novo, De novo, De novo, De novo, De novo, De novo.

©Wagner Ortiz 2006
© by Wagner Ortiz
Reg. BN 178-2/299-3 A10

sábado, 26 de setembro de 2015

Teu Olhar Vence

Teu Olhar Vence

09/11/2006

Teu olhar faz de mim um Prometeu,
O atrevido, qual chama me consome!
Tuas pupilas me pedem calor
Do fogo roubado do meu torpor!

Tuas mãos me falam de amor
E bailam sobre as minhas de Orfeu.
Teu luzente pescoço é uma torre
Onde o amor está vestindo-se de desejos cúpidos!
Quero escalá-la!

Sou uma consoante perdida na poesia,
Buscando a eterna magia da vogal,
Então explode o som da palavra
E ela me completa, me fazer existir!

A tristeza foi exorcizada
Pois você acaba com minha dor,
Ressuscita o viril,
Desfaz-me em pó!

O suave vento, do teu carinho sopra, o pó voa,
Dança um balé no palco dos profundos olhos teus
E ficam colados nas suas delicadas células,
Nadam no teu rubro sangue carmim,
E te alimenta e sou consumido!

Quero ser teu alimento!
Quero viver no olhar que me encanta!
Quero ferver no teu sangue!
Pois preciso ser consumido!

©Wagner Ortiz 2006
©by Wagner Ortiz
Reg. BN 178-2/299-3 TOV9

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

PRIMAVERA FEMINIL by ©Wagner Ortiz

Primavera Feminil


Desfaço-me em copiosos desejos
Pois a imagem tua, doçura sutil,
Toca-me a face afagando-a em cortejos
Com magno encanto doce feminil.

Sorriu-me, tirou-me o velame vil
Das angústias que o tempo fez sobejar
No ventre, donde agora fluiu
Calor, contentamento e um desejar!

Foram-se as lágrimas tristonhas
Nasceram pingos multi-coloridos
Do sorriso dos teus fogosos lábios.

Se as lembranças me foram tão medonhas
Agora me são deleites floridos,
Bouquets primaveris e bons presságios.


© by Wagner Ortiz
Reg. BN 178-2/299-3 PPF8

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

TEU DIALETO by Wagner Ortiz

TEU DIALETO

Santo André
Teu dialeto
É uma emoção que arde
E que não tem lugar.
É uma vontade, mais que vontade
De fazer o que quer fazer,
Não consente, mas consente.
É uma resposta do corpo
Que espera a pergunta do meu
E o desejo mútuo fere a razão.

Teu dialeto
É uma chispa que acende a chama
E que derrama o fogo que crepita!
É um benfazejo, muito melhor do que o bem
Muito mais forte que a mente
Muito mais vivo que a vida.
É uma estrela brilhante
Que o azulado noturno do céu rasga
Sem pedir, sem poder segurar
A luz que viaja no tempo!

Teu dialeto
É o tempo sem tempo,
É o desejo que aflora
Sem que nada se possa fazer,
Só entender.

₢Wagner Ortiz

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mater Nostrum by Wagner Ortiz

Mater Nostrum

17/09/2007
Santo André
        - MATER NOSTRUM –
                                                      (acróstico a minha graça de mamãe)


Mamãe tu és genitora graciosa
Ataviada de uma doçura preciosa
Revelada na tua voz tão maviosa.
Imperatriz do nosso lar, doce lar,
A única que sabe o que nos dar;

Dia e noite sem parar de trabalhar.
Abre porta, bate forte em desespero,

Genetriz verossímil de esmero,
Longe dum bocejo dantes nós chegar.
Ó! Que alegria em vê-los todos coesos,
Repartidos em meus braços, ilesos!
Idoneidade não lhe falta pra coser,
Apesar de muita coisa não poder comer,

Orna tudo com carinho pra nos oferecer.
Risos teus enchem o lar e mudado
Tudo fica dourado, ensolarado;
Inundado de tua beleza e risada.
Zurzindo toda a tristeza mirrada.

12/01/2005
Wagner Ortiz

terça-feira, 22 de setembro de 2015

As ovelhas e o pastor by Wagner Ortiz

As ovelhas e o pastor

17/09/2007
Meu amigo que foi vítima do vôo 3054 da TAM.
Adeus amigo!
Santo André
Pastoreia as suas ovelhas com toda luz
Atravessando abismos com a sua cruz,
Sem deixar para traz a coragem veraz.
Toma na mão a escritura abençoada,
Ora com renovo pela pomba amada;
Reparte humildade com quem não tem nada.

Jubiloso cuida, pastoreia e não geme,
Ora, usa a vara, admoesta e não teme.
Ãatá* guia, pois réu é se lançar o leme.
O caso é que ser pastor não é fácil;

Viver no evangelho é mui difícil;
Apesar da misericórdia somos frágeis.
Limpa-nos Senhor com todo o seu amor,
Milagre nos dá e ajuda este Pastor,
Irmão tão amado nos serve com fervor;
Recompense seu esforço pelo seu amor.



Wagner Ortiz
Flautista e Compositor
09/01/2005

Simplesmente Você by ©Wagner Ortiz

Simplesmente Você

17/09/2007
Santo André
Teu nome que é esplendorosamente musical,
Embala um som redondo tão mavioso e pomposo
Encadeando no hiato tão dolente, resplandecente!
Faz-me lembrar o melífluo som das águas do mar
Que acalenta um sonhador distante da praia do Rio,
Mas que refaz a tela imensamente bela ao balbuciá-lo.

Anjo do Sol!

Teu retrato tão fulgente nos versos que tu fazes
Me revelam todo um calor incendiário qual é chama
De ti, pura chama, que de longe me acende, me acalora.
E som cintilante da poetisa tão marcante e exaltante
Faz-me lembrar das enternecedoras obras de Mozart
Que pulsam ardentemente todo meu ébrio coração.

Anjo do Sol!

Agora a cada instante a bailar meu fogo, que vem de ti,
Aterradoramente avassalado o meu pobre coração poietés
Imensamente tão contente, enaltece a ti desprovido do meu ego,
Pois só há paixão da tua chama candente que toma meu espírito.
Então tu tornaste onipresente desde sempre um mito do infinito,
Cada vez muito mais bonito, que espelha grandemente no meu ser.

©Wagner Ortiz
11/set/2007

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Pingo D´água by Wagner Ortiz

Pingo D´água

17/09/2007
São Paulo
Pingo D´água
À deusa aurífera do Sol, meu amor!

Num planeta de imensidão aquífera
Os puros borbotões jorram notáveis
E cantam cascatas imensuráveis
Divinas berceuses à deusa aurífera.

E na solidão de um riacho distante
Chora um pingo d´água reles mortal
Algo platônico, descomunal
Pelo sol fulgente, vaporizante.

A deusa piedosa ouve o lamento
E eleva a gotícula ao firmamento
E a transforma em preciosa aurora.

Então se cora o arrebol carmim
Em beijos ferventes no céu sem fim
Do eterno amor que nunca houve em outrora.


©Wagner Ortiz
16/07/2007
©BN – On-line

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Oráculo

Oráculo

29/08/2007

Na nívea luz’o pó dos astros
Chispam fótons coloridos,
Nasce um arco imaculado
Do sorriso dos teus lábios.

E nas águas cristalinas
Retumbantes as sereias
Cantam teu epitalâmio
Anunciando teu destino.

Eis a brisa sussurante
Que anuncia a todo instante
Os furtivos bons presságios
Que almejo serem ágios.

As cavernas nas montanhas
Com suas bocas tamanhas
Anunciam a profecia:
Tu serás minha um dia.



Wagner Ortiz
29/08/2007

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Olhadela


Olhadela

21/08/2007
Santo André

Um desejo
magneto me atraí
sem razão nem mesmo um porquê,
A não ser por uma atração fortíssima
- até mesmo ilícita – que arrasta o coração,
o sangue, o intelecto, os ossos, a lucidez e a alma.
Esta colossal força prevalece sem dó nem piedade,
Atrelando a lucidez com mais robustez ao pólo.
E cá estou alimentando desvarios devaneios
De uma magnética paixão indistinguível
Que me assalta dum cúpido desejo
de te olhar sempre.

Wagner Ortiz

O Chaveiro


O Chaveiro


Chegamos com uma chave simples,
Chave dentada de fechadura velha,
Fechadura das antigas ideias,
Ideias dos velhos velhacos mestres,
Mestres que não abriram as portas,
As portas do saber intrínseco
Que poderíamos abrir com a chave.

Então chaveiro, chegaste,
Chegaste para mudar as peças,
Peças da fechadura enferrujada,
Enferrujada, pois não abre a porta,
Porta que não recebe a chave,
Chave que já não serve na fechadura do tempo.

Enfim, o chaveiro ajustou a chave,
Chave que mediou a entrada do saber,
Saber que fornece autonomia,
Autonomia para abrir a porta.

Certamente, o chaveiro pode transformar a chave para abrir mais portas!!


© by Wagner Ortiz