quinta-feira, 11 de julho de 2013

Alma


Alma

Ampla Alma,
Quem te viu?
Se só acalma.

Intensa Aura,
Quem te sentiu?
Se luz restaura.

Se te ouvissem,
Som do vento lento.

Se te sentissem,
Paz de um só momento.

Se te notassem,
Sombra da árvore serena.

Se te cheirassem,
Areia da praia morena.

Grande Alma,
Quem te viu?
Se só acalma.

Imensa Aura,
Quem te sentiu?
Se luz restaura.

Lento, teu silêncio,
Se apenas o ouvissem,

Momento, teu alento,
Se mais te conhecessem.

Serena, tua ternura,
Se somente te encontrassem.

Morena, tua simplicidade,
Se mal não te julgassem.

Meiga Aura,
Quem te sentiu
Que se restaura.

Amável Alma,
Quem te viu
Que se acalma.

©Wagner Ortiz, all rights reserved BN- 178-2/299-3

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sou só um







Sou só um

Gostaria de falar, falar, falar,
Mas não quero ser um pedante.

Gostaria de reclamar de tudo errado na vida,
Mas não sou explorador dos corações.

Gostaria de estar numa nuvem azul,
Sentado olhando as estrelas,
Mas não posso me usurpar dessa posição,
Não sou nenhum anjo!

Lembram-me sempre:
Estou mais para demônio,
Vil, falso, cínico e astuto.
Como me julgam muitos, alguma, nunca ela e nem uma.
Vivo num inferno de dores calcinantes,
Preso em uma esfera ácida e pútrida
Que me engana com suas ilusões de amores mentirosos.

Outros me lembram sempre:
Estou mais para bardo,
Doce, verdadeiro e inteligente.
Como segregam muitos, uma e ela.

Vivo num céu de letras envolto no mel da musa,
Livre nos meus versos pueris lenitivos
Que me enlevam nas quimeras de amores inatingíveis.

Nem muitos,
Nem alguma,
Nem uma.
Nem ela.

Sou só um.

Sem muitos,
Sem alguma,
Sem uma,
Sem ela.

É muita confusão,
Única cabeça.

Gostado sempre fui,
Aliás, imagino,
Muito mais do que penso.

O problema é justo esse.
As conexões humanas,
Como disse uma.
São deveras complexas.
Como disse só um:
“Damos mais importância as nossas regras e coisas do que a nós mesmos.”

Eu me sinto desgostado
E sei que sou gostado.
Então é de mim mesmo
Que não me gosto.

É autocomiseração?


Por tantas coisas...


Por diva, musa,
Por dia, música,
Por diabos e mutretas.

Por anjos, afagos,
Por angariações, afastamentos,
Por angústias e afazeres.

Por obra ignorada ou perfilhada,
Por gestos ignorantes ou percais
Por amores ignotos ou perdidos.

Nem muitos,
Nem alguma,
Nem uma.
Nem ela.

Sou só um.
Só um pequerrucho.

Sem muitos,
Sem alguma,
Sem uma,
Sem ela.

©Wagner Ortiz, all rights reserved BN- 178-2/299-3

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Últimas palavras à Maria da Glória Ortiz Gonçalves







Funeral

Ela continua viva em nós, combateu o bom combate. Essas foram as palavras em seu funeral, atendido pelo ancião Josué do Parque Gerassi. O hino cantado foi "Somos Jóias Preciosas", como no funeral de sua mãe. A Palavra lida foi em II Timóteo 4. " Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
2 Timóteo 4:7-8


Homenagens
Há dois anos recebi uma notícia muito ruim. foi quando minha mãe colocou a 1a válvula no coração. Nessa ocasião escrevi um discurso fúnebre e uma poesia. Essa homenagem fiz em em vida e li para ela. Não fiz o discurso no funeral, pois não foi me dado oportunidade, mas li um parte do poema. Transcrevo aqui na integra para aqueles que querem ler e aprender com nossa querida Maria da Glória.

A razão de Soberana, é o nome dela, Maria, que quer dizer Soberana.

Discurso Fúnebre a Maria da Glória Ortiz Gonçalves

Queridos amigos e parentes, convido a todos a aproveitarmos esse momento de dor e de aparente perda para refletirmos em nossas vidas.

Digníssimos, a maioria de nós concorda que a vida é uma escola. Sim, pois a vida deve ser um lugar para a reflexão, para o desenvolvimento espiritual, ético, moral e intelectual. Por isso que, a cada episódio da vida, a cada ação nossa, cada parte, nós aprendemos, e ainda, fiquemos cientes: para cada pessoa que passa pela nossa vida há para nós uma oportunidade para crescermos mais. Portanto, essa vida efêmera, curta e transitória deveria funcionar como um espelho para nos vermos, uma vez que, é com nossos erros e acertos que refletimos e nos tornamos capazes de exercer tolerância, paciência, amor e fé. Só assim que poderemos evoluir, e então entender corretamente quem somos e para onde vamos! Mas, não tem sido dessa maneira! E por quê?

Porque nós somos de tal modo mesquinhos e egoístas que só pensamos em nossos próprios interesses! Não aprendemos a refletir com as nossas ações, ao invés disso damos desculpas dos nossos erros, sempre achamos um meio de colocar a culpa em alguém, não admitimos nada, e não aproveitamos as oportunidades de aprender melhorar essas coisas com o próximo de maneira profunda. Somos julgadores. E conhecemos só uma pequena parte das coisas, mas nos achamos donos da verdade espiritual, e quando a verdade é material e não a sabemos nos calamos logo. Mas eis a verdade: queremos sempre que nos agradem, que nos exaltem, que nos bajulem, que acreditem sempre em nós, que nos tenham por bonzinhos, julguem-nos ótimo, nós e as nossas ações, às vezes boas mesmo, mas elas quase sempre são voltadas a nós mesmos.

E por que tudo isso é assim? Por que somos tão egoístas e comodistas? E geralmente só pensamos e refletimos com a morte?

Para explicar isso parafrasearemos o que disse há quase 400 anos o sacerdote-poeta Antonio Vieira em sua Sexagésima: 


“(…) Para um homem ver a si mesmo é necessário que tenha: 1, olhos, 2, espelho e 3, luz.”

Expliquemos:

OLHOS

Ou seja, conhecimento material e espiritual para desenvolver o discernimento tanto das coisas do espírito como das coisas da terra. Uma vez que se pressupõe esses mundos coexistirem, assim sendo, um explica o outro. Para isso, convenhamos que semelhantemente Jesus fez isso em suas explicações espirituais usando coisas materiais, assim como fazemos às crianças, porque, até “sermos aperfeiçoados” não poderemos entender o que para nós foi coberto.

Então, não sejamos cegos nas nossas declarações!

Não fechemos nossas olhos (mentes) rejeitando as pessoas e o que pensam, todavia analisemos tudo com nossos olhos bem abertos e com muito altruísmo!

Não sejamos crianças egoístas, que por não terem entendimento pleno veem pelos olhos dos outros. Desse modo, não deixaremos que nossas ações produzam em nós inveja, ganância, mentira, preconceito, ignorância e coisas como essas que só nos levam a pensar em nós mesmos.

Como está o olho de cada um hoje?

Meus caros, aprendamos de uma vez por todas:

Refletir é ver com os nossos próprios olhos a nós mesmos! E isso é dos alicerces do cristianismo!

Continuemos...
Disse o poeta:

“Para um homem ver a si mesmo é necessário” que tenha um: espelho

Expliquemos o que é ESPELHO.

Todos nós já nos vimos no espelho. Mas o que é reflexo?

Segundo um texto científico pesquisado, esse fenômeno, a reflexão, explicada por Heron de Alexandria seria a menor distância percorrida pela luz entre dois pontos. O importante de sabermos é que nos vemos no espelho, ou seja, vemos a nossa imagem, pois o reflexo é o que a luz reflete em nos nossos corpos e devolve para nossos olhos. A imagem não é necessariamente legítima, mas temos a ideia de que vemos o que foi refletido. Logo temos que ter um corpo para nos ver.

Caríssimos, temos consciência do corpo espiritual que temos? Ou ainda nos iludimos com nossos corpos materiais? São eles ilusão de fato?

Falemos deles então:

Digamos que em parte sim, são ilusão. Pois, pelas condições deles e por meio de seus desejos somos levados a criar fantasias para nos contentarmos. Mas lembremos que é só por meio deles que podemos nos perceber e manifestar nossos desejos de SER e TER. Assim, no mundo, a fraqueza do conjuntos dos nossos corpos nos levam a preferir TER a SER, que provoca em nós o egoísmo. O capitalismo é um exemplo da força desse TER. Já a moral, a ética e a religião são exemplos da força do SER, onde se busca o altruísmo, mas falhos diante do espírito ou Luz.

Assim vemos com nossos olhos, ou melhor, com o nosso conhecimento, o quanto ainda temos para aprender e para evoluir por meio desses corpos. Ou seja, carecemos de consciência para entender quem verdadeiramente somos.

Nesse contexto, devemos SER para TER ou TER para SER?

Queridos, a maneira mais rápida para nossa evolução é refletindo sobre nossas ações.

Mas entendamos: é por meio “dos olhos” que levaremos os nossos corpos para vida ou para morte!

Assim quando vemos uma pessoa morta, agimos imediatamente em relação a nós mesmos, egoístas, ficando tristes e inconformados, com sentimento de perda, e, justificamos nossa ignorância dos fatos imputando a Deus a culpa ou feito devido nosso pensamento errôneo e parcial sobre morte. Não há em nós consciência espiritual para entender.

Vejamos, por que quando alguém jaz morto não meditamos o quanto ainda temos para aprender? Temos a oportunidade de discutir sobre a morte, mas, o fazemos? Podemos entender realmente o propósito da morte?

Ao invés de entendermos, como dói, choramos! Diante da morte até Jesus chorou!
Mas, Jesus disse que ninguém morre definitivamente, mas é semeado, plantado.

Cremos assim? Vou ser plantado?
Igualmente, perguntemos a nós mesmos: (I Cor. 15)

O que deixaremos para plantarem?

Uma pessoa cega?
Uma pessoa egoísta?
Uma pessoa de mente fechada e dona da verdade?

Ou uma pessoa disposta a aprender?
Um pessoa que viveu para o TER ou SER?
Plantamos Altruísmo?

Certa vez disse o apóstolo Paulo sobre a morte e a ressurreição, em suas palavras:
“Quando o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal se revestir de imortalidade, cumprir-se-á o que está escrito: Tragada foi a morte na vitória”.
E como venceremos se plantarmos morte, dúvidas, tristezas, aflições, egoísmo, julgamento?

Ora, qual corrupção Paulo se refere? Não seria da nossa cegueira?
Ora irmãos, não sejamos hipócritas! Temos que trabalhar para multiplicar o que é bom!

Nossas crenças não devem ser com sacrifícios traiçoeiros e mentirosos, mas com obras verdadeiras produzidas por quem tem olhos quem podem enxergar o que planta!

Ainda em relação ao corpo.

Quando se denota corpo, implica um corpo espiritual e outro material, mas ambos são essenciais. Paulo explica que nosso corpo se tornou um templo do Espírito Santo, e que em nossa mente foram gravadas as Leis de Deus. Dessa maneira nos tornamos filhos de Deus. Portanto temos que ter a mente de Cristo, para refletir, para crescer e o adorar.

E onde o adoramos? E como estamos o adorando?

Jesus disse a uma mulher confusa sobre onde e como adorar a Deus. Ela que tinha aprendido a adorar a Deus no monte Gerezin, mas confusa porque judeus diziam que é em Jerusalém que se adora a Deus, então Jesus disse a ela:

Chegará um tempo que não podereis adorá-lo em nenhum desses lugares, pois Deus é espírito, e importa adorá-lo em espírito e verdade, ele procura para si pessoas que assim o adorem.

E atentemos todos nós:

Esse tempo já chegou com a graça de Deus há quase 2000 anos!

Alerta o poeta: “Se tem espelho (corpo, ações), mas é cego, não se pode ver por falta de olhos. (entendimento, consciência)”

De que maneira estamos adorando a Deus? Ou ainda estamos olhando de que maneira os outros estão adorando a Deus a fim de reprová-los?

Finalmente... a LUZ.

Para um homem ver a si mesmo é necessário que tenha: LUZ

Expliquemos a LUZ.

“Se tem espelho e olhos, mas é de noite, não se pode ver por falta de luz.”

Bem, essa é a parte mais fácil. Entendemos plenamente o que é a LUZ?

Consideremos: A luz de Deus iluminou a vida daqueles que estavam sentados nas trevas e não podiam ver nem com espelho ou olhos. A luz brilhou para eles quando Jesus veio ao mundo, diz Lucas no evangelho! Luz!

A Luz é a justiça de Deus, pois nos julga, mostra-nos e revela-nos no espelho.

Na luz está a vida, a luz nos dá a vida! Assim João diz: “aquele que faz o mal odeia a luz, pois a luz o denuncia”, pois a Luz é a misericórdia, a graça de Deus. Logo a primeira coisa que Deus Criou foi a Luz! Que haja luz!

Assim, conclui o poeta, é necessário luz, é necessário espelho e necessários os olhos.

Assim, aprendemos hoje que refletir é entrar dentro de si mesmo para que haja um verdadeiro arrependimento das nossas ações e de modo contundente a conversão.

Atenção:

Ao contrário de que muitos pensam isso não pode ser somente uma vez na vida, nem uma vez por ano, pois não nos olhamos no espelho só uma vez única vez. Temos que constantemente fazer o exame em nós mesmos para produzirmos frutos dignos e para o aperfeiçoamento espiritual.

Não devemos esperar que Deus faça nossa parte! Pois se renegarmos isso estaremos enganando a nós mesmos, pois ocultando nossas culpas não recebemos a Luz que é a graça de Deus, e não podemos nos livrar do mal em nós. Nos fazemos cegos, sem espelho, sem luz!

Tiago, nosso irmão disse: confessemos nos faltas uns aos outros, para que por meio disso alcancemos o perdão de Deus e a vida eterna. E João disse: Aquele que diz que não tem pecado é mentiroso. Mas se alguém pecar temos Cristo como nosso advogado.

Eu já examinei dentro de mim hoje? Como estou? Injuriei alguém hoje? Fiz o que devia ao próximo, ou o ignorei? Julguei-me ou julguei a outrem? Quantas vezes perdoei hoje?

Terminemos com o pensamento do poeta:

“Deus sempre estará pronto a fazer a sua parte para conosco, assim como o sol para aquentar e como a chuva rega o solo; mas isso se os nossos corações quiserem (…) Amados: Se Deus dá o seu sol e a sua chuva aos bons e aos maus; aos maus que se quiserem fazer bons, como a negará?”

Ainda dizia: Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras”.

Então, vamos a prática dessas palavras.

Agora leremos o texto preferido dessa querida irmã (Maria da Glória), nossa excelente mãe, que dorme entre nós:

Antes uma explicação:

Por “amor”, entendemos ser o sentimento mais nobre e verdadeiro conhecido pelo homem que dispensa explicações profundas, porém na raiz da palavra amor temos dois tipos, “amor carnal”, do grego EROS, e há o “amor eterno”, do grego AGAPE, que é o amor sublime que sentimos por Deus e nossos semelhantes que só podemos explicar na prática. E desse último amor sublime e excelso que falaremos.

Como todos sabem existem milhares de dons. Todos querem ter dons. Uns já tem e não sabem. Paulo disse em I Cor 13, para procurarmos com zelo os melhores dons; mas que existe um caminho ainda melhor do que ter dons. E é este:

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, mas não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine, um som momentâneo que acaba. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, mas não tivesse amor, nada seria! E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno;
O amor não é invejoso;
O amor não trata com leviandade,
Não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal;
Não descansa com a injustiça, mas descansa com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha;
mas havendo profecias, serão aniquiladas;
havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino,
Falava como menino,
Sentia como menino,
Raciocinava como menino, mas,
Logo que cheguei a ser homem,
Acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma,
Mas então veremos face a face;
Agora conheço em parte,
Mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.



Soberana de Glória


Rainha das Flores,
Deixaste aqui teus olores,
Em nós fica tua frescura.

Tua voz, doçura maviosa,
Sem pesares de tua luta,
Só hálito floral de tua alma serena.

As flores que tanto amavas
Soluçam tua ida ao arrebol,
Mas descortinam debruçadas teu farol.

Irradiam as flores teu nome,
Soberana, majestosa!
Maria da Glória, Generosa!

Mãe, namoravas tanto o céu rosa,
Lembro-me cá de toda tarde
Ao teu lado cor-de-rosa.

Viste? Cortejou-te hoje o crepúsculo!
Sorriu o sol vermelho sangue
E se fez carmim, teu portão.

Sei, andas sobre teu lar agora,
Teu caminho de algodão rosáceo,
Descanso, da semente que plantaste!

Até a Lua cresceu, alumiou-te mais.
Só para não se esqueceres das noites
Em que vimos juntos o seu brilho!

Quem pode ir contigo agora?
Mãe, eu conheci uma pessoa!
Ela me ensinou o que é o amor.

Pois o viveu, cada passo de sua vida.
Leu para mim versos de São Paulo:
O amor é sofredor,
O amor é bondoso,
Jamais é invejoso.

O amor é modesto,
O amor é honesto,
Nunca trata sem pensar.

O amor não é cobiçoso,
O amor não é irritadiço,
Nunca é desconfiado.

É padecedor.
Esperançoso.
Paciente.

O amor não é injusto,
Pois é sempre perfeito.
Ele nunca falhará!

Últimas Palavras à Genetriz


Caríssimos presentes, amados irmãos,
Unam-se a dor, afaguem-se as mãos,
Ouçam essa voz que lamenta com pesar ,
Da alma perene que sobrevoa o mar.
Gentil doçura, infinita realeza,
A majestosa imperatriz, alteza.

A planta rara solevantou um lar,
Jardim divino que soube contemplar.
Doou rubis com riso resplendente,
Atentou a todos, despendeu contente,
Bebeu o fardo sem perder a ternura,
Cruz suportou com extrema bravura.

Com teus gestos levantou os feridos,
Alimentou o sedento, visitou abatidos.
Os vendavais acalmou com sua brandura,
Traço excelente que teve por mesura.
Maltrataram-te da modéstia os espinhos,
Mas de alma frágil desfez os daninhos.

De onde jaz , em berço relicário ,
Não te impede nenhum escapulário .
Fôrma espelhada do formoso Cristo
Teu “berço esplêndido” dele equidisto .
Tuas lembranças são eternas, serenas,
Exalam o olor de tuas obras açucenas .

Nós desejosos de tua formosura
Professaremos a fé sem friúra,
Teu sono nos faz refletir tua hora.
Doravante morarás sobre a aurora,
Na noite estrelada, arrebol áureo ,
Onde o Redentor dará o teu láureo .



©Wagner Ortiz, all rights reserved BN- 178-2/299-3

Santo André, 06 de dezembro de 2011
Santo André, 28 de julho de 2013