domingo, 13 de janeiro de 2013

Elegia ao Violinista Aluísio Moreira






Amou a música de tal forma
Que a alma debruçava serena,
Ao violino, no seu choro de notas,
Com as terças de pueril lamento
Solfejou todo seu sentimento.

Tocou sem arrependimento,
Pudera! Sarou feridas, curou
Os ouvidos, das mazelas,
De loucas e dos loucos
Que dele fizeram tão pouco.

Afligiu de tal modo o som,
Forcejou o violino, o dom,
Que a paz, enroscada ao arco,
Espalmava o coração do parco,
Do seu concerto sem palco!

Seu violino se calou por três vezes!
Quando fora tirado por larápio,
Mas, devolvido depois, intacto!!!
Tanto foi a saudade do menino
Quanto grato tocou um hino!!

Depois fora tirado por simonia,
Condenado a dura nostalgia!
Novamente os gatunos, os Judas,
Que trucidaram-no por meros atos,
Corroboraram-no a dor, pecado de fato!

Então, sem teto, sem igreja,
Na CALUDA dos Aldravões,
Sem tom, simoníacos do som,
Carlitos decrépito lacrimeja,
Murcho definha... Cala-se, é o fim!


Fica a lembrança de tua formosura,
Do teu som, da tua paz e paciência!
Descanse em Paz amigo Aluísio Moreira!

Wagner Ortiz
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