sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ser ou Ter, eis a questão! por Ubiratan Sousa

Prezados amigos.

Ser ou Ter?

Essa questão é bem sutil e ao mesmo tempo importantíssima na definição de nossas vidas.

Se fossemos traçar 2 planos comparativos, diríamos que um deles se baseia numa ilusão e outro numa realidade;o ter, que corresponde a ilusão, geralmente é baseado em conquistas materiais, como dinheiro e fama, por exemplo, pertencem a este mundo e teremos que deixar neste mundo quando a foice da morte nos tocar, não é duradouro e pode ser conseguido sem nenhum mérito e até contrariando as leis, sejam materiais ou espirituais.Se aplica a diversos setores de nossas manifestações, profissões,etc...

Vamos puxar para a nossa profissão, a de músico.

Os mais lúcidos conseguem perceber que as nossas vidas são dirigidas por uma massa de sugestões, a todos os momentos e que pouquíssimas vezes agimos por nossa própria conta. Há casos em que essas sugestões são atendidas de pronto, como uma propaganda sobre comida ao passar na Tv nos faz ir abrir a geladeira. Há outras que não percebemos, mas dirigem as nossas ações e sabemos que a maioria de nós vive em função da aprovação dos outros...as fantasias em nossas vidas são inúmeras e chegamos a nos considerarmos importantes pelas conquistas das coisas deste Mundo, mesmo que não tenhamos a capacidade desenvolvida; podemos ser famosos, mas sermos incompetentes no assunto. Explico:um artista que faz um sucesso, como desses intérpretes principais dessas bandas de Pop/Rock pode se achar importante, e iludido, se achando o máximo, mas na verdade é limitado, pouco criativo, repetitivo, com pouca capacidade musical desenvolvida.Aos olhos do Mundo é uma sumidade, recebe aplausos, prêmios, mas se se voltar pra si mesmo, se fizer uma reflexão vai perceber que está iludido.Olha, em volta de si outros muito mais capazes e alguns até sentem vontade de ter a capacidade desses mais capazes, mas não tem.Vi uma demonstração dessa questão, do "outro", pelo Zezé de Camargo.

O que dá um certo alívio àquele que percebe o seu estado de fantasia é a grana, a fama, mas, mesmo assim, sabe que a morte o obrigará a deixar essas conquistas, isto quando não as perde em vida (o sucesso passageiro).

Do ponto de vista da evolução, essa linha que caminha numa direção crescente de aprimoramento, esses ganhos do ter , pouco representam, pois esses elementos não elevam a capacidade do detentor.Não levará quase nada pro outro plano, quando morrer.E pra quem acredita na reencarnação, voltará sem uma capacidade musical desenvolvida e terá que recomeçar tudo de novo, até se convencer de que o ser é mais importante do que o ter.
Muitos nem dividem com o próximo as suas conquistas e outros acumulam suas riquezas pra gastarem na velhice e pimba, vem a morte e não usufruem.

Aqueles desqualificados que estão atrás de quantidade de público estão totalmente desorientados, iludidos e topam qualquer parada pra conseguirem seus objetivos.Geralmente seu público é desqualificado ou imaturo e fica a pergunta: que valor, que satisfação alguém teria se percebesse que é um desqualificado e estimula a outros tantos a se estagnarem ouvindo seus trabalhos medíocres, sucessos conseguidos por meio de jabás e outras manobras?

Nós sabemos que quanto maior o número de pessoas em volta de um trabalho musical, ou de qualquer um outro tipo, mais fantasia e ilusão existe em torno dele.Daí concluir-se que a quantidade não é mais importante do que a qualidade da obra pois o autor sabe, compreende que seu público, embora menor é mais inteligente, qualificado.

Vocês acham que um Chico Buarque gostaria de ser um Roberto Carlos? Duvido!Sabemos que o "sucesso" do Roberto é maior, mas o Chico é mais competente e jamais iria baixar seu nível em troca desse "sucesso" ilusório que falei, acima...!

O Mundo está cheio de exemplos dos que optaram pela qualidade, pelo "ser" e são imortais e continuam influenciando pessoas lúcidas, inteligentes, menos iludidas.

O "ser" tem qualidades que nada as faz desaparecer , nem a morte, pois leva esse registro para o outro plano e trás de volta, numa próxima manifestação, aqui na Terra.

Existe o "ser" das coisas do Mundo terrestre, o que já é mais importante do que o "ter" e existe o "ser" das coisas espirituais, das coisas de Deus, que é o auge.

Aquele que já percebeu que está aqui de passagem passa a se interessar menos pelo "ter" do que pelo "ser" e os ainda mais lúcidos, os que descobriram o valor do "ser" espiritual se interessam, ainda menos pelo "ter".

Quanto mais ilusão tivermos, mais nos inclinaremos para o "ter" e as nossas obras, provavelmente serão menos qualificadas do que as do que contempla o "ser".
Portanto, cabe a cada um escolher:ser ou ter e arcar com as consequências...

Abraços a todos.
Ubiratan Sousa.




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