terça-feira, 30 de junho de 2009

Maravilhosa



Hoje a contribuição é do querido poeta José Donizete. Ele escreveu uma poesia que sintetiza o pensamento da tão sublime arte e assim diz em seus excelentes versos da arte pela arte. Nobre sentimento desse nosso amigo poeta.
Para acompanhar o maravilhoso trabalho exponho a obra barroca Morte de Lucrécia do pintor brasileiro José Teófilo de Jesus. Obra de luz maravilhosa, com profundidade e contrastes que valoriza o plano das imagens temáticas, além do jogo de cores fortes em pontos estratégicos da pintura como o amarelo, o violeta cintilante e o vermelho cádmio, cores preparadas com cuidado e difíceis de obter na época. E para finalizar essa análise, atentemos para os traços. O traço dos barrocos brasileiros são únicos, apesar de seguirem as tendências europeias, os traços são autênticos, assim podemos notar os rostos delicados, olhos arredondados e expressivos que acompanham o estilo barroco brasileiro, já os tecidos com traço forte e contrastes de sobras são da tendência européia. A obra se encontra no Museu de Arte da Bahia. Para ver uma versão maior da pintura veja no link: Morte de Lucrécia

Maravilhosa


O artista cria,
Transforma
Modela
Trabalha e
Retrabalha
Uma obra

Fabulosa...
Observa
Sua forma
Escultural
Perfeita.
Define as
Formas
Belas curvas
Sua tonalidade
Uma cor belíssima,
Muito suave.
Percorre a peça
Com leve toque...
Muito breve.
Com a palma
De sua mão,
Aprecia cada
Milímetro.
Admira...
Que maravilha!

Outra...igual não há

José Donizete da Silva
http://poetadanoempingodagua.blogspot.com

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Palavrinha com Antonio Konopczyk

Deixo minha homenagem ao querido prof. Antonio, um grande Homo Litteras que contribui com nossa sociedade. Ele adora gatos, então apreciem o neo-cubismo na pintura expressiva de Lilian Zampol, visitem o site www.lilianzampol.com.br (Link corrigido) e conheçam o sensível trabalho da artista.
Com a palavra, prof. Antonio:



Olá, Poetinha!

Deixo hoje um poema de que gosto muito e que considero bastante apropriado.


Bem-aventurados os pintores escorrendo luz
Que se expressam em verde
Azul
Ocre
Cinza
Zarcão!
Bem-aventurados os músicos...
e os bailarinos
E os mímicos
E os matemáticos...
Cada qual na sua expressão!

Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata
[linguagem alheia...]

A impura liguagem dos homens!
Mário Quintana
24 de Junho de 2009 07:44

Antonio Konopczyk

terça-feira, 23 de junho de 2009

Crônica em Verso - O Trem

TREM DE FERRO
Wagner Ortiz


Com passos leves, sempre serenos, tranquilos,
A caminho da estação do trem de ferro.
O dia calmo, ensolarado de verão, faz brilhar
As brancas nuvens no céu azul cristalino.

Com passos fortes, na estação, caminho a rampa;
No guichê digo ao moço:
- Um duplo, por favor!
Pago com uma nota de dez e vou.
À roleta, sem pressa, o bilhete, passo.

Olho pra’os lados, sento no banco de carvalho.
Tão antigos quanto os longos trilhos rijos
Que luzem com o fulgor do sol do meio-dia;
A Fazer contraste com a madeira dos dormentes sujos.

Distraído olhando os trilhos, de súbito ouço-os zunir,
É o trem que está chegando, já está chegando!
Vão todos levantar, se preparar pra’o encontrar.
Foom! Foom! É a voz do esperado que estaca.

Com passos curtos apressados trato de embarcar;
Abrem-se as portas e ligeiras hão, certamente, fechar.
Canta o trem pesado e fecha suas portas, dá partida;
Se coloca em movimento para juntos viajarmos.

Em seus acentos coloridos nem todos se aconchegam,
Mas eu estou sentado, não perco a arte nas janelas,
Parecem vivas telas que se pintam sem parar.
Se eu olho pra perto, Monet; pra longe, Portinari.

São belas paisagens que assisto nas janelas,
Borrões que se formam no seu veloz caminhar.
Ele sabe o caminho, nem pensa em desviar,
Nos trilhos, flutuando, vai chegando ao destino.

Com passos lentos vagarosos, vou até a porta desembarcar;
Abrem-se as portas; ligeiras, certamente hão de fechar.
Canta o trem pesado, fecha suas portas e segue;
Se coloca em movimento, vai longe... e enfim nos despedimos.

- Adeus!
Digo eu.

©Copyright by Wagner Ortiz
® BN - Biblioteca Nacional

segunda-feira, 22 de junho de 2009

TERRA BRASILIS - ANTONIO MIRANDA



















































Boa noite queridos amigos!
Hoje tenho o prazer de apresentar um dos melhores tesouros que achei na internet. Trata-se de textos incríveis, que me inspiram muito, do poeta Antonio Miranda. Entre os belíssimos textos está uma obra fantástica, uma epopeia que conta a história política do Brasil. A epopeia é institulada TERRA BRASILIS, tem 86 cantos e está dividida em:


APRESENTAÇÃO

EXÓRDIO

Parte I - DE ORNATU MUNDI

Parte II - DE REVOLUTIONI MUNDI

Parte III - DE ANIMA MUNDI

EPÍLOGO

Eis um pequeno trecho da obra:

Parte I - DE ORNATU MUNDI - Canto 22

NUDEZ E CATEQUESE

“tomam tantas mulheres quantas querem”
AMÉRICO VESPUCIO

I
As matas eram nuas
e nuas as praias e as serras.

Puras, limpas, inocentes.

Nuas as índias e suas crias.

Não havia pecado
nem vergonhas
e maldades
no despir
e exibir corpos
e intimidades.


II
Ímpias, impuras, indecentes!!

O pecado aportou
com os religiosos
e seus preceitos morbosos
gerando preconceitos.

Homens vestidos, armados,
suados, fedidos,
considerando lúbricos
aqueles corpos limpos,
lavados
e dourados
pela liberdade.

Logo ultrajados, possuídos
e escravizados
enquanto se discutia a tese
- res-nullis: uma coisa
e não uma pessoa -

de serem ou não humanos,
se se podia
humanizá-los pela catequese.

Parte III - DE ANIMA MUNDI - Canto 78

TUPY OR NOT TUPY


“não consentindo por modo algum (...)
Usem a Língua própria das suas Nações,
Outra chamada Geral; mas unicamente a Portuguesa”
(...) “para desterrar dos Povos rústicos
a barbaridade dos seus antigos costumes”.
(DIRETÓRIO DOS ÍNDIOS, instrução pombalina, séc. 17)

I

Haveremos de (voltar a) ser poliglotas
para nossa inserção no mundo
— a nossa definitiva mundialização.

Éramos multilingües no Grão-Pará e Maranhão
e por todos os brasis
na relação entre língua e fé
ou religião
— entre conhecimento e catequese
na tese da doutrinação.


II

A nossa Língua Geral
nos primórdios da colonização:
uma gramatização do tupi
na conversão do gentio
até que aprendessem o portuguez
e sua súdita condição.

Todas as línguas havia pelo sertão
a conquistar
com a confissão cristã
numa linguagem de conversão.

Há(via) as línguas subterrâneas
de judeus e de árabes
e de comerciantes clandestinos
e os dialetos africanos
de senzalas e quilombos.


III

Línguas de relação
e até mesmo de Inquisição
(do latim da liturgia
e do francês do Iluminismo)
e cativeiro e redução jesuítica
da evangelização.

Mas no Maranhão
línguas havia de remissão
nativas ou de dominação:
o francês, o holandês e o português
entre os tupinambás.

Em que língua parlamentavam
Charles de Vaux e o cacique Pira-jivá
Na França Equatorial?


IV

(O Marquês de Pombal acabou
com a Língua Geral
ao expulsar os jesuítas do Brasil
e de Portugal.
Ao persistir a homogeneização
de uma língua tal – ele temia? –
a independência da colônia
viria de forma natural..

Exercício especulativo banal!
A História não é território de lógica
e de hipóteses pretéritas... Mas vá lá:
a unidade lingüística portuguesa
preservou a unidade nacional?!)


V

Havemos de ser poliglotas
— depois de dominarmos a língua nacional —
prá cultivar todas as línguas
de nosso multirracial povoamento
e imigração, de todos os quadrantes
e para nossa efetiva globalização.

Haveremos de valorizar
as tantas línguas indígenas
e as várias falas regionais
de nossas identidades
numa aldeia global.

E que a nossa miscigenação
definitiva seja lingüística e cultural
— por que não?! —
e não apenas racial.

Haveremos de ser poliglotas e multilíngües
mesmo conservando a nossa língua oficial.

Acesse o texto completo em: http://www.antoniomiranda.com.br/terra_brasilis
Fotos: http://www.espiritoindio.com.br
http://tharsispedreira.zip.net/images/indio1.jpg

Um abraço!

sábado, 20 de junho de 2009

HOMO LITTERAS

HOMOLITTERAS

Essas Letras tantas, revelam uns mundos,
Acomodam-se no filme virgem,
Conectam mielinas,
Gravam visões cristalinas em rútilas pupilas rudes de encanto,
Febril momento do fundo ímpar que se vê sozinho.

Cada qual as escreve ferindo o papel profuso
As desterram do mel fecundo
E descerram-nas do caos profundo.
As transformam em prosa ou verso
E fazem-nas únicas eleitas do cinzel.

Doces alentos, amarguras vividas,
Céus e infernos de mil e uma vidas
Sangradas nas retinas dos "homo litteras."

Porém, demasiadamente, cada um as implora.
E quando a nívea luz descortina o oratório,
Cada poeta termina a prece e chora.

©Wagner Ortiz - Todos os direitos reservados
®FBN- F.Biblioteca Nacional
http://sitedepoesias.com.br/poesias/38346

Abertura



Primeiramente gostaria de agradecer aos amigos que apoiam a fundação da SOCIEDADE HOMO LITTERAS. Dentre eles, meus queridos (as) amigos (as):
José Donizette (contos e poesias), Edson Massom (choro), Larissa Martin (poesias), Evandro Benedito (música popular brasileira) e Solange Gonçalves (canto lírico), Coronel Barbosa (Causos) e os convidados especiais Raul Arriagada (Literatura) e Antonio Konopckyz (Literatura e História) e a parceria com o Blog, dos meus amigos e mestres Dr. Sidney Barreto e Prof. Ms Renata, o "http://www.usinadelinguas.blogspot.com".


Está no ar nossa sociedade!


Espero com essa equipe de amigos colocar bons textos no ar, assim, uma boa prosa, um boa crítica e uma boa discussão não irão faltar.


Aguardem...